Empresários dizem que soltura de Lula não afetaria a economia
Quando a Segunda Turma do STF decidiu julgar a anulação de ações penais contra o ex-presidente Lula na tarde desta terça (25), desenhando um cenário de possível soltura do líder petista no horizonte, o empresariado deu de ombros. Representantes do setor produtivo até consideraram a chance de formação de uma nova crise política, se o tribunal tivesse permitido liberá-lo, mas concluíram que o efeito sobre a combalida economia seria nulo a médio prazo.
Para José Roriz Coelho, ex-presidente da Fiesp e hoje à frente da Abiplast (associação da indústria plástica), a soltura de Lula teria sido só mais uma turbulência política, que se somaria a tantas outras que o país tem vivido na história recente e às quais já se acostumou. A preocupação do empresariado hoje é outra, segundo ele.
“Se acontecer de sair, durante os primeiros dias pode ter problema, mas o maior fator de confiança, hoje, está no encaminhamento das reformas da Previdência e tributária”, disse Roriz enquanto a sessão se desenrolava. José Carlos Martins, da Cbic (construção), foi na mesma linha. “O Brasil está maduro o suficiente para não ser nada demais.”
Nelson Mussolini, do Sindusfarma (farmacêuticas), fez eco: a retomada do crescimento depende das reformas. “O ex-presidente, sem qualquer função pública, não traria impacto a médio e longo prazo”, disse.
A única oscilação se daria no mercado financeiro, o que não afetaria o setor produtivo, segundo Joseph Couri, do Simpi (micro e pequenas indústrias). “Pode ser que bancos tenham uma visão de que vai faltar crédito, o que já não existe para nosso setor. Então nada muda.”
Da FSP