Fake News: Glenn Greenwald, editor do Intercept, não cometeu crime no Reino Unido

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Não é verdade que o jornalista americano Glenn Greenwald, editor fundador do site The Intercept Brasil, e seu companheiro, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), foram acusados de atentar contra a segurança pública do Reino Unido. Atribuições desse tipo foram divulgadas nas redes sociais depois que a página publicou, no último domingo (9), uma série de mensagens privadas atribuídas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e ao procurador Deltan Dallagnol.

A publicação, que acumulava até a manhã desta segunda (10) cerca de 1.300 compartilhamentos no Facebook, foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social.

FALSO

Ele [Glenn Greenwald] e seu par sexual (David Miranda – PSOL) são acusados de atentar contra a segurança pública do Reino Unido.

Desde que o site de notícias The Intercept Brasil divulgou, no último domingo (9), uma série de reportagens que detalham trocas de mensagens atribuídas ao procurador Deltan Dallagnol e ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e que indicam uma condução informal da Operação Lava Jato, têm viralizado nas redes diversas publicações que atacam o site e seu editor, o americano Glenn Greenwald.

Algumas postagens afirmam que o jornalista e seu companheiro, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), foram acusados de terrorismo ou de atentar contra a segurança pública do Reino Unido. As afirmações, no entanto, não procedem.

Em 2013, Greenwald divulgou, no jornal britânico The Guardian, uma série de documentos vazados pelo ex-funcionário da NSA (National Security Agency, a agência de segurança nacional americana) Edward Snowden que detalhavam práticas ilegais de espionagem conduzidas pela agência.

A postagem compartilhada no Facebook distorce informações a respeito de um incidente ocorrido com Miranda em novembro de 2013, quando ele foi detido no aeroporto de Heathrow, em Londres, suspeito de carregar, em uma conexão entre Berlim e o Rio de Janeiro, documentos confidenciais divulgados por Snowden. À época, Miranda foi interrogado durante nove horas — máximo permitido pela lei britânica contra o terrorismo — e liberado sem acusações formais.

Em 2016, uma corte no Reino Unido considerou incompatível com a Convenção Europeia dos Direitos Humanos a brecha na legislação que permitiu que o parlamentar fosse enquadrado como terrorista. A definição do termo usada pelos advogados do governo britânico foi repudiada pela corte, que considerou que a atitude “constituiu uma interferência indireta à liberdade de imprensa”. A decisão foi consequência de um recurso interposto por Miranda em relação à sua detenção cerca de três anos antes.

De Aos Fatos