Flávio Dino considera semiaberto avanço parcial. ‘Justiça é Lula livre’
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a visita de duas lideranças políticas do PCdoB: o governador do Maranhão, Flávio Dino, e a presidenta da legenda, vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos. A conversa na sede da Polícia Federal de Curitiba, onde Lula está preso desde 7 de abril do ano passado, durou uma hora e representou a primeira visita de delegação oficial do partido. “Foi um momento de diálogo sobre o país. Ele está firme e estimula a continuidade de movimentos em defesa da democracia. Sobretudo, ele ressalta a importância da soberania do Brasil, do desenvolvimento. Ele entende soberania como o cuidado do governo com os interesses do povo”, disse Dino.
Diante do parecer do Ministério Público Federal (MPF), favorável à progressão de regime de Lula para o semiaberto, Dino, ex-jurista, concordou parcialmente. “Minha visão jurídica é que ele tem o direito de sair. Espero que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolha a visão do MP. É importante lembrar que isso não é justo. Se tivéssemos justiça, não teríamos condenação. Mas, neste contexto, o semiaberto pode garantir parte de sua liberdade e que volte a ajudar na política brasileira.”
Em visitas anteriores, outros líderes que estiveram com Lula também revelaram a preocupação do ex-presidente com a questão da soberania nacional. Para ele, Bolsonaro dilapida rapidamente o patrimônio do país, entregando estatais para empresas estrangeiras e assinando acordos sem benefícios ao Brasil. “Ele acha que precisamos fazer com que a população entenda o que significa a defesa do patrimônio nacional. A grande guerra do mundo é essa, petróleo, água. Temos potencialidades (…) As nações só têm perspectiva se tiverem projeto nacional. Hoje, estamos sob ameaça, estão destruindo rapidamente nosso país”, disse Luciana.
“Lula é um homem de perspectiva. Acredita no Brasil, na nossa gente, na nossa capacidade de trabalho, de produzir riquezas. Ele é símbolo de um grande legado. Temos a consciência, mas sabemos que a justeza só pode prevalecer se tivermos a capacidade de fazer o debate de ideias”, completou Luciana.
Da RBA