Moeda Virtual do Facebook preocupa e mobiliza força tarefa do G7
A França criará uma força-tarefa do G7 (grupo de países mais ricos do mundo) para estudar como bancos centrais vão garantir que criptomoedas como a libra, do Facebook, serão regidas por leis que vão desde a lavagem de dinheiro até regras de proteção ao consumidor.
De acordo com o presidente do banco central da França, François Villeroy de Galhau, a força-tarefa terá comando de Benoît Coeuré, do conselho do Banco Central Europeu.
“Queremos combinar estar abertos à inovação com firmeza na regulamentação. Isso é do interesse de todos”, disse Villeroy.
O conceito de criptomoeda estável ainda precisa ser definido, disse Villeroy. Em particular, contra o que tais instrumentos sejam estáveis e como suas taxas de câmbio precisam ser determinadas.
Nesta semana, o Facebook apresentou a concepção de sua criptomoeda, com previsão de lançamento em 2020.
Uma organização sem fins lucrativos com sede em Genebra supervisionará a tecnologia blockchain —espécie de registro público que não pode ser falsificado— da libra para manter sua estabilidade da moeda.
A organização é integrada, entre outras entidades, por operadoras de cartão de crédito como Mastercard e Visa e empresas de transporte como Uber e Lyft.
O Facebook terá sua própria carteira digital para negociar a moeda, a Calibra.
Villeroy também pediu uma rede de autoridades nacionais contra lavagem de dinheiro, coordenada pela Autoridade Bancária Europeia, para levar a cabo medidas de emergência e até substituir as autoridades nacionais, em vez de criar uma agência europeia especializada.
Reguladores têm de agir já contra libra, diz cofundador da rede
A criptomoeda libra, do Facebook, entregaria grande parte do controle da política monetária de bancos centrais para empresas, disse o cofundador da empresa Chris Hughes em artigo no Financial Times nesta sexta-feira (21).
“Se os reguladores globais não agirem agora, em breve poderá ser tarde demais”, disse Hughes, para quem as corporações à frente da moeda colocarão interesses privados à frente dos públicos.
Procurado, o Facebook não se pronunciou.
Hughes, ex-colega do presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, já havia pedido desmembramento da rede social em artigo no New York Times em maio. O Facebook, então, rejeitou o pedido de Hughes para dividir a empresa em três.
A empresa tem estado sob escrutínio de reguladores em todo o mundo sobre suas práticas de compartilhamento de dados, bem como discurso de ódio e desinformação em suas redes.
Da FSP.