Mourão vai a Recife defender a reforma da Previdência
“Do jeito que está, se não tivermos a coragem de tocar as reformas que têm que ser implementadas, vamos passar o bastão para os nossos filhos e netos com o País todo desorganizado e sem capacidade de ter futuro”, declarou Mourão. Ele ainda ressaltou que, diante da crise fiscal brasileira, a reforma é importante para garantir a aposentadoria das próximas gerações, assim como a realização de novos investimentos. “No ano passado, a cada R$ 100 que o governo arrecadou, R$ 73 foram para pagar aposentadoria. Sobraram R$ 27 para saúde, educação e o pessoal da ativa. Nossa capacidade de investimento foi praticamente para zero”, calculou.
Destacando também a necessidade de ampliar a produtividade e reduzir a burocracia brasileira, Mourão foi bem recebido pelos quase 200 empresários que se juntaram a políticos pernambucanos para ouvir o vice-presidente em evento promovido pelo Lide Pernambuco no Recife. Em pesquisa de opinião realizada na ocasião, 94% dos empresários presentes avaliaram como boa e ótima a proposta de reforma previdenciária apresentada pelo governo Bolsonaro. Por isso, Mourão focou seu apelo aos governadores do Nordeste, que, junto com parlamentares, têm tentado tirar da PEC o funcionalismo dos Estados e dos municípios.
“Os governadores têm que trazer o ônus para si. Têm que superar o desconforto e a fadiga. Se o cara foi eleito, não pode ficar pensando na próxima eleição. Tem que buscar a solução do problema da população que o elegeu”, criticou Mourão, dizendo que esse movimento pode ser prejudicial para os resultados da reforma. “Vários Estados não têm caixa. É preciso um esforço fiscal. Eles não podem permanecer como uma ilha enquanto o Executivo vai se virando para produzir os recursos necessários para cumprir todas as necessidades orçamentárias”, alfinetou o vice-presidente.
Mourão ainda aproveitou a ocasião para criticar os parlamentares que têm se mostrado contra a PEC. Ele disse até que é uma “baixaria” que deputados e senadores que sabem da necessidade da reforma votem contra o projeto para evitar que o presidente Jair Bolsonaro carregue essa vitória e seja reeleito em 2022. “Não se pode pensar dessa forma”, afirmou, assegurando que o governo está disposto a negociar com todos para garantir a aprovação da PEC. “Não estamos pensando nas próximas eleições. Estamos pensando nas próximas gerações. E temos a paciência necessária para negociar tudo que for necessário”, sentenciou Mourão.
Do Estadão