Parlamentares articulam CPI da Lava Jato e presidência está em aberto
Há ao menos uma certeza entre deputados e senadores que articulam a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar desvios na operação Lava Jato: o PT não deverá ficar com a presidência.
A ideia é evitar que os trabalhos da CPI fiquem centrados na figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que a comissão não se torne palanque para pedir sua liberdade. Na Câmara, o PDT sai na frente na preferência das lideranças para conduzir os trabalhos.
No Senado, o baiano Angelo Coronel (PSD) já começou a coleta de assinaturas e espera reunir até esta terça-feira o mínimo de 27 nomes para apoiar a instalação da CPI na Casa — caminho mais curto para a apresentação do requerimento.
Embora seja aliado do governador petista Rui Costa na Bahia, o senador também não vê o PT comandando os trabalhos. “Não pode ficar com os partidos que estão envolvidos”, disse a VEJA. “Vamos nos reunir com o presidente e os membros da Casa para que se escolha o presidente que tenha a maior isenção possível.”
Paralelamente à articulação pela CPI, a bancada do PSOL na Câmara vai protocolar a convocação do ministro da Justiça Sergio Moro à Casa para se explicar sobre a série de mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, que mostra que o ex-juiz federal orientou ações do Ministério Público Federal no âmbito da Lava Jato.
O partido também vai abrir representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o procurador da operação Deltan Dallagnol, interlocutor de Moro nas mensagens divulgadas.
Os diálogos no aplicativo Telegram foram obtidos, segundo o site, por um hacker que compartilhou o material de forma anônima. Moro e Dallagnol negam qualquer irregularidade nas conversas.
De Veja