Professores podem ficar de fora da Reforma da Previdência
Ganha força no Congresso Nacional a ideia de tirar os professores da reforma da Previdência, proposta pelo governo de Jair Bolsonaro. Nesta quarta-feira, uma moção de apoio à proposta foi aprovada por unanimidade na Comissão de Educação da Câmara, com votos a favor tanto de deputados como Zeca Dirceu (PT-PR) como Professora Dayane Pimentel (PSL-BA).
Segundo o texto enviado pelo governo ao Congresso Nacional, os professores perdem a aposentadoria especial e têm igualada a idade de pedir o benefício entre homens e mulheres. Atualmente, elas se aposentam aos 50 anos de idade (25 anos de contribuição) e eles aos 55 (30 anos de contribuição).
O autor da proposta é o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), que já tinha 189 assinaturas para a emenda.
Segundo cálculos, deixar os professores de fora teria um impacto de apenas 1% na economia que seria feita com a reforma, cerca de R$ 12 bilhões em 10 anos.
Pesquisas mostram que o Brasil é um dos países em que há menos valorização do professor. Metade dos Estados sequer respeita o piso salarial estipulado por lei, de R$ 2.455,35. A média entre os países desenvolvidos é de US$ 100 mil (cerca de R$ 391 mil) por ano, ou U$ 8 mil (R$ 31,2 mil) por mês, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Hoje, só 2,4% dos alunos de 15 anos têm interesse na profissão, também de acordo com a OCDE.
“Inclui-los nessa reforma só atesta a postura de descaso com a educação”, diz o deputado Israel. Ele lembra ainda que a aposentadoria especial atualmente é um dos poucos atrativos para a profissão.
No fim do dia, a moção de apoio foi entregue ao relator da comissão especial da Reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP).
De Estadão