Segurança que matou jovem no Extra é denunciado por homicídio doloso
Dois seguranças de uma filial do supermercado Extra na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio pelo assassinato de Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga, 19, dentro do estabelecimento, em fevereiro. A denúncia, feita no último dia 12, foi divulgada nesta quinta (27).
O caso gerou comoção popular pois um vídeo gravado com celular mostrou o vigia Davi Ricardo Moreira Amâncio, 32, imobilizando o jovem quando ele já estava desacordado. Pessoas ao redor pedem que ele pare, mas o vigia as ignora e permanece deitado sobre Pedro Henrique por no mínimo um minuto.
O promotor Fabio Vieira dos Santos entendeu que Amâncio estrangulou a vítima “de forma livre e consciente, assumindo o risco de matar”, e que seu colega Edmilson Felix Pereira, 27, observou sua conduta sem nada fazer. Como vigilante contratado pelo mercado, ele deveria ter atuado para evitar o crime e não se omitido, disse o promotor.
As lesões provocadas pela “gravata” que Amâncio aplicou no jovem levaram-no à morte, de acordo com laudo do exame de necropsia.
O assassinato aconteceu por volta das 12h30 do dia 14 de fevereiro. Pedro Henrique chegou a ser levado ao hospital, já em parada cardiorrespiratória, e passou por reanimação, mas teve outras duas paradas e morreu às 15h10.
Na versão do advogado de Amâncio, a vítima havia simulado um primeiro desmaio e uma convulsão. O segurança foi então socorrê-la quando, segundo seu defensor, Pedro Henrique pegou a arma que estava em sua perna, ameaçando clientes. O vigia teria pensado, ao vê-lo desacordado, que ele estava fingindo um novo desmaio. Decidiu contê-lo até a polícia chegar.
Amâncio, inicialmente indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), agora responde por homicídio doloso (com intenção de matar).
Dinalva dos Santos de Oliveira, a mãe de Pedro Henrique, estava ao lado quando o filho, que era dependente químico, quando ele foi morto.
Dias após o assassinato, Marcello Ramalho, advogado da família do jovem, disse a jornalistas que Dinalva “viu o filho dela em momento de surto [psicótico]”. Pedro Henrique teria então corrido, e o vigia Amâncio disparado atrás dele e aplicado o golpe que o fez tombar no chão. Ele nunca mais se levantou.
Da FSP