Após hackers, Moro levanta suspeitas e vira alvo
O vazamento de nomes que também teriam sido hackeados pelo grupo preso pela PF ampliou a desconfiança de políticos e ministros de cortes superiores sobre a atuação de Sergio Moro (Justiça). O ex-juiz é, a um só tempo, protagonista de rumorosa crise, vítima e chefe do órgão que faz a investigação.
A maneira como a suposta invasão de outros celulares foi divulgada foi interpretada como tentativa de criar um cinturão de solidariedade a ele e à destruição de mensagens. Surtiu efeito contrário.
Tão logo pipocaram, nesta quinta (25), dados de outras autoridades que teriam sido alvo de ataque, políticos especularam sobre 1) a conveniência de espraiar a crise, criando uma “cortina de fumaça” para o foco na Lava Jato, e 2) a hipótese de instrumentalização da PF.
Deputados chegaram a indagar quantos hackers foram pegos por clonar, por exemplo, telefones de ex-ministros de Temer –vários foram alvos de golpes– ou se, pelos embates entre Moro e o Congresso, não haveria possibilidade de subtração ou alteração de provas.
A OAB foi provocada a ingressar com uma reclamação no Supremo questionando o procedimento adotado até agora, já que o hackeamento teria atingido pessoas com prerrogativa de foro –e a Ordem estuda, de fato, ingressar com a medida.
A OAB deve ainda fazer petição ao juiz hoje responsável pelo caso, Vallisney de Souza, solicitando que não autorize a destruição de provas.
Da FSP