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Dallagnol planejou órgãos de fachada para lucrar com Lava Jato

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O mais novo capitulo da série Intercept x Moro e Dallagnol mostra claro intuito dessas autoridades de burlarem a lei, mas neste capítulo o protagonismo é de Dallagnol.

Ele planejou criar vários órgãos privados para explorar a fama da Lava Jato, violando a lei, que impede que procuradores tenham poderes de administração ou gestão de empresas. Os diálogos mostram que Dallagnol e outros pretendiam gerir empresas ocultos pelo anonimato.

Em um chat sobre o tema criado no fim de 2018, Dallagnol e um colega da Lava Jato discutiram a constituição de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais e críticas. A ideia era usar familiares.

Os procuradores também cogitaram a criação de um instituto sem fins lucrativos para pagar altos cachês a eles mesmos, além de uma parceria com uma firma organizadora de formaturas para alavancar os ganhos do projeto.

A lei não proíbe que procuradores sejam sócios, investidores ou acionistas, desde que não tenham poderes de administração ou gestão da empresa. Os chats examinados pela Folha e pelo Intercept indicam que Dallagnol ocupou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante no decorrer da Lava Jato.

As conversas mostram ainda que o procurador incentivava outras autoridades ligadas ao caso a realizar palestras remuneradas, entre eles o ex-juiz e atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e outros procuradores que atuaram no escândalo de corrupção.

De FSP