“Deltan tem meu telefone e pode ligar em qualquer necessidade”, disse Barroso.
A assombrosa proximidade de mais um ministro do STF com operadores da Lava Jato mostra o que todos os envolvidos queriam esconder: não há justiça imparcial no Brasil.
O mais novo capítulo da série de denúncias que coloca em xeque a credibilidade da Lava Jato, divulgado pelo jornalista Reinaldo Azevedo nesta terça (16), escancara mais uma vez as intenções do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol de se beneficiarem da visibilidade que a Operação oferecia a seus agentes.
As novas conversas mostram que ambos seriam homenageados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso com um jantar privado na casa do magistrado. Embora o encontro não se configure como crime, mais uma vez levanta suspeitas do ponto de vista ético sobre o agente da força-tarefa e o agora ministro de Jair Bolsonaro (PSL) – tanto que o próprio magistrado pede aos convidados “máxima discrição”.
“Parece que o ministro do Supremo, onde tramita parte dos processos oriundos da Lava Jato e algumas de suas derivações, tem consciência de que o jantar/coquetel oferecido por um figurão da terceira instância com quem acusa e com quem julga em primeira (instância) poderia não cair muito bem se tornado público”, avalia Reinaldo Azevedo.
Antes de ter o seu nome envolvido nas denúncias iniciadas pelo site The Intercept Brasil no início de junho, Luís Roberto Barroso havia dito publicamente que “não tem nenhuma dúvida” de que houve um “ataque criminoso” às comunicações do ex-juiz com Deltan e outros procuradores da força-tarefa.
Vale lembrar que todo o material utilizado na publicação foi sistematicamente checado por todos os veículos que têm publicado as denúncias. No caso de Moro e Deltan, ambos também não negaram o teor das conversas e insistem em criminalizar quem as divulgou.
De PT