Grupo acusado por Bolsonaro de matar Santa Cruz irá ao STF
Ex-militantes da AP (Ação Popular), organização acusada por Jair Bolsonaro de assassinar Fernando Santa Cruz, o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, vão apresentar uma queixa-crime por calúnia contra o presidente ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Um dos sobreviventes daquele período, o cientista social Anivaldo Padilha, 79, está entrando em contato com outros ex-colegas e com advogados que possam assumir a causa.
“Nestes tempos de fascismo, de destruição do inimigo, de ódio, ele [Bolsonaro], com suas mentiras, nos coloca em risco. Nos deixa vulneráveis a agressões e ataques”, afirma Padilha.
O cientista político, que ficou exilado em Genebra, na Suíça, nos anos de chumbo, rebate ainda a afirmação de Bolsonaro de que a organização era um grupo sanguinário. “A AP nunca esteve envolvida na luta armada”, diz.
“Mas, na época, isso não importava. Tanto que dizimaram o Partido Comunista, que era contra a luta armada”, afirma Padilha. Dirigentes da AP também foram presos, torturados, mortos ou exilados.
Nos anos em que viveu na Suíça, Anivaldo Padilha trabalhou no Conselho Mundial de Igrejas. Era ele quem recebia e arquivava documentos sobre tortura que deram origem ao projeto Brasil: Nunca Mais, com a memória do período.
Da FSP