Ministro terá que explicar homenagem ‘sigilosa’ à Lava Jato
Para o jornalista Reinaldo Azevedo, que divulgou “novas conversas vazadas” nesta terça-feira (16), há algo de muito errado quando a Corte quer homenagear ‘em evento privado”.
Veja o que ele escreveu em seu blog:
Viram só? Não há denúncia nenhuma aqui. Trato da escalada de um projeto que também está ancorado numa estratégia de comunicação, que foi se insinuando no Supremo, com a captura de ministros da corte constitucional. Só neste texto, três deles parecem como entregues à metafísica lava-jatista.
Ignoro, para encerrar, se, quando advogado de defesa do terrorista Cesare Battisti, Barroso foi convidado por algum ministro do Supremo para um coquetel/jantar.
Não há nada de errado em promover seminários, e os participantes não têm de ser demonizados por isso, embora eu possa destacar a notável ausência de advogados de defesa — que nem precisariam ser dos réus da Lava Jato — na composição da mesa.
Mas algo está errado quando um figurão da corte quer homenagear, entre outros, as duas figuras de proa da Lava Jato em “evento reservado e privado”.
Bem, a psicanálise diz que a sedução é sempre, em certa medida, uma via de mão dupla. Sedutor e seduzido estão quase sempre numa espécie de concerto de vontades.
Vai demorar para o estado de direito sair do abismo em que foi jogado.
Mas vai sair.
De Uol