RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Moro quer eliminar mensagens coletadas; destruir provas é crime

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Um dos alvos dos hackers presos pela Polícia Federal, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio Noronha, afirmou à Folha nesta quinta-feira (25) que as mensagens capturadas serão destruídas.

A informação da destruição do conteúdo, segundo Noronha, foi dada pelo ministro Sergio Moro (Justiça), que telefonou para comunicar que ele estava na lista das vítimas.

“Recebi pelo ministro Moro a notícia de que fui grampeado. Não tenho nada que esconder, não estou preocupado nesse sentido”, disse o magistrado.

“As mensagens serão destruídas, não tem outra saída. Foi isso que me disse o ministro e é isso que tem de ocorrer”, acrescentou.

“O que posso assegurar é que, na condução dos trabalhos de juiz no âmbito da Operação Lava Jato, sempre agi conforme a lei”, disse Sergio Moro, ministro da Justiça, em sessão na CCJ do Senado para explicar conversas vazadas.

“Não tenho nenhum apego pelo em cargo em si. Se houver alguma irregularidade da minha parte, eu saio”, ao ser questionado por Jaques Wagner (PT-BA) sobre a possibilidade de deixar o cargo para que se garanta a isenção em eventual investigações sobre sua conduta como juiz da Lava Jato.

A Polícia Federal está subordinada ao Ministério da Justiça. “Se falou muito em conluio. Aqui um indicativo de que não houve conluio nenhum”, afirmou, ao citar embates com a Procuradoria.

“É normal no Brasil esses contatos entre juiz, advogado e Ministério Público ou policiais. O que tem que ser avaliado é o conteúdo desses contatos.”

“Posso ter mandado. Qual o problema de uma mensagem assim? Eu confio no Supremo, confio na instituição”, afirmou, ressaltando não ver problema na mensagem “in Fux we trust” (em Fux confiamos). “Não lembro de mensagens que mandei há um mês, dois meses. Quer que eu lembre de mensagens que mandei há mais de dois anos?”, sobre não poder atestar a veracidade das conversas vazadas.

Mais tarde, voltou ao tema: “É algo que posso ter dito, mas não posso afirmar com convicção que, eu tendo dito, foram com aquelas palavras.”

“Pode ter crítica à Operação Lava Jato, mas as decisões foram tomadas com base imparcial na lei. As pessoas têm direito às suas opiniões, mas não aos seus fatos, e os fatos são aqueles que estão colocados ali.”

“Acho que existe uma grande diferença entre uma interceptação telefônica autorizada judicialmente após pedido da polícia, do Ministério Público, e levantamento de sigilo desse material por decisão judicial transparente, e o hackeamento, por um grupo criminoso organizado, de autoridades públicas com divulgação, depois, ilegal, desse conteúdo”, sobre sua decisão de divulgar conversa entre Dilma Rousseff e Lula, em 2016.

De FSP