Políticos e magistrados criticam discurso messiânico de Moro
A coluna Painel da Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (1), diz que ouviu políticos “de diversas correntes” que acompanharam os atos realizados neste domingo (30) em favor do governo Bolsonaro e do ministro da Justiça Sergio Moro.
A análise é que a imagem do ex-juiz da Lava Jato como herói está sofrendo decomposição. Primeiro, a “avaliação geral” dos políticos foi uma redução de público significativa nos protestos deste dia 30 de junho em relação aos protestos de 26 de maio.
“O ato anterior ocupou sete quarteirões da avenida Paulista. Este, quatro”, escreve Daniela Lima que assina a coluna.
Os políticos também analisaram a retórica do ministro de comentar o apoio. Ainda ontem, via Twitter, Moro compartilhou uma notícia sobre as manifestações junto com a frase “Eu vejo, eu ouço”.
“Dirigentes de partidos, governadores e membros de cortes superiores leram a expressão “Eu vejo, eu ouço”, empregada por Moro, como sinal de adesão ao discurso messiânico que caracteriza parte de seus apoiadores”, escreve Daniela Lima.
Mais do que isso, a manifestação pública de Moro aos seus fiéis corrobora o que as mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil vêm revelando, que o atual ministro sempre flertou com o poder político.
Outra leitura ao aceno e Moro aos seus apoiadores é que ele deve estar, sim, preocupado com as revelações de que atuou ferindo o código de conduta no judiciário, ao auxiliar diretamente os procuradores do Ministério Público Federal nos processo da Lava Jato. Por isso, mais do que nunca, Moro precisa angariar apoio das ruas.
A título de comparação: segundo o portal G1, enquanto as manifestações contra os cortes na educação ocorreram em mais de 200 cidades, as manifestações a favor de Moro ocorreram em apenas 64 cidades.
Do GGN