Diplomacia cafajeste do Brasil humilha o país
Diplomata do Brasil na França, em entrevista ao canal France 24, valeu-se de estratagema cafajeste para enganar e mentir ao mundo sobre a crise ambiental em nosso país, distorcendo dados e omitindo que o Brasil realmente tinha queimadas maiores que as de hoje no segundo ano do Governo Lula. Hoje, esse desmatamento é muito menor do que era em 2005, justamente por ação do governo Lula que fez despencar o problema no país.
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Em entrevista a um programa na TV francesa France 24, o embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra, afirmou que no mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva houve incêndios muito mais graves na Amazônia, mas ninguém divulgou isso, porque “Lula é queridinho da imprensa”.
“Preciso dizer uma coisa muito importante: em 2005, aconteceu a mesma coisa, aliás, pior. Você pode ir aos arquivos para ver, mas o presidente era Lula, queridinho da imprensa, então ninguém saiu espalhando o que estava ocorrendo na floresta. Ninguém disse que era culpa do Lula”, afirmou.
Segundo ele, as pessoas tampouco responsabilizaram o ex-presidente americano Barack Obama pelos incêndios na Califórnia.
Indagado pela jornalista se as atuais reações às queimadas na Amazônia seria só uma coisa da imprensa, Serra afirmou: “Claro, [Bolsonaro] derrotou a esquerda com 58 milhões de eleitores que eram contra Lula e seu partido. Mas a esquerda não admite perder eleições no Brasil”.
Serra também afirmou que a imprensa estrangeira está tentando acabar com a reputação do Brasil e do presidente Jair Bolsonaro no exterior porque o país é muito competitivo em agricultura.
O Itamaraty avalia chamar o embaixador brasileiro para consultas em Brasília, gesto que demonstraria a insatisfação do governo Bolsonaro com as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, consideradas ofensivas.
Na entrevista em inglês, o embaixador afirmou também não acreditar que o acordo entre União Europeia e Mercosul será desfeito, porque a Europa está dividida: “Temos de um lado França e Irlanda, e, de outro, a Alemanha, que quer ratificar o acordo”.
CRISE DIPLOMÁTICA
Nesta quinta-feira (22), Macron convocou, por meio das redes sociais, os países membros do G7 a discutirem a série de queimadas na floresta amazônica. O presidente francês classificou os incêndios como criminosos e parte de uma crise internacional.
“Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão do nosso planeta, que produz 20% do nosso oxigênio, está em chamas”, disse o presidente francês na publicação.
Ele reproduziu junto ao texto uma foto da mata em chamas que tem pelo menos 15 anos, o que levou o presidente brasileiro a acusá-lo de ser ‘sensacionalista’.
“A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21”, reagiu Bolsonaro no Twitter.
“Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais.”
Os desentendimentos entre os dois líderes se acirraram desde que o brasileiro ameaçou deixar o Acordo de Paris sobre o Clima e o francês reagiu prometendo barrar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
Da FSP