Mourão fala de crise na Amazônia e aponta para Bolsonaro
Em palestra para cerca de 400 empresários em Vitória (ES), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que o governo cometeu erros para impedir as queimadas na Floresta Amazônica. “Cometemos erros, sim. Todos os anos nós sabemos que agosto, setembro e outubro são meses de seca e queimada. É igual 7 de setembro (Dia da Independência), a gente sabe que tem todo ano”, pontuou.
Conforme avaliou, compete aos entes governamentais coibir as ilegalidades cometidas por pessoas que trabalham no limite da fronteira entre a floresta e o cerrado seguindo conceitos antigos de uso do solo. “Ou seja, ele corta o mato, espera o mato secar, quando o mato secar ele toca fogo”, explicou.
Referindo-se a atividades de madeireiros, grileiros e garimpeiros como responsáveis por essas irregularidades, Mourão disse que cabe ao governo dar oportunidade para essas pessoas, caso contrário, “elas vão buscar um método de ganhar a vida”.
No entanto, Mourão aproveitou para responder críticas feitas ao Brasil no tocante à preservação do meio ambiente. “Temos que lembrar ao mundo que temos 2,6 milhões de km² de área protegida, é uma Europa inteira, somos o único país do mundo que tem isso”, destacou.
Já no contexto do econômico, para o vice, a “velha Europa” não tem mais para onde crescer e afirmou que agricultores franceses “estão emparedados” por causa da moderna agricultura brasileira que permite a colheita de até três safras por ano. “Para aqueles países, nós também somos uma China. Nós temos um mercado enorme e temos essa capacidade, terra, água, energia”.
Necessidade das reformas
Durante a exposição aos empresários, o vice-presidente defendeu a agenda liberal do governo com a inserção de “novas colunas de sustentação da economia”: a questão fiscal e a produtividade. Sobre a primeira, citou iniciativas para enxugar gastos como a reforma da Previdência e privatizações.
A redução de custos também passaria pela diminuição de funcionários públicos. “Por decantação, nós vamos diminuir o tamanho do Estado ao não fazer novos concursos públicos e remanejar, dentro do Estado. Onde há excessos, se remaneja para outras áreas.”
Em relação à produtividade, a segunda coluna, afirmou ser “fundamental” a aprovação da reforma tributária, além de medidas como concessões e investimentos em infraestrutura.
Sobre desburocratização e desregulamentação, disse que é necessário inverter a lógica atual. “Você registra seus dados, abre uma empresa, e o Estado depois que prove que você fez alguma coisa errada”, frisou.
Durante a palestra promovida pelo Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), Mourão considerou que o governo deve equilibrar receita e despesa até 2023.
De Valor