Para completar, vem crise internacional por aí
Dados econômicos piores do que o esperado da Europa e novas declarações de Donald Trumpsobre a guerra comercial levaram os mercados a novas sessões de queda nesta sexta-feira (9).
A Bolsa brasileira acompanhou e recuou 0,11%, mas conseguiu terminar uma semana de alta volatilidade, na qual o Ibovespa foi de 99 mil a quase 105 mil pontos durante os pregões, com saldo positivo. No acumulado do período, há a valorização de 1,3%.
O dólar subiu 0,35%, a R$ 3,94. Na semana, a alta é de 1,23%, quarta valorização seguida da moeda americana.
Segundo dados divulgados nesta sexta, a economia britânica encolheu pela primeira vez desde 2012 no segundo trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido caiu 0,2% em relação ao trimestre anterior, abaixo das expectativas de economistas, que apontavam estagnação.
O número é visto pelo mercado como consequência do aumento dos estoques pré-Brexit no início de 2019 e vem no momento em que o primeiro-ministro, Boris Johnson, busca a saída da União Europeia em outubro.
“A queda da economia britânica volta a chamar atenção para os riscos de um Brexit desordenado, principalmente no momento delicado que vive a economia mundial. Vale ressaltar: o banco central inglês já havia projetado uma recessão técnica por conta do peso que a incerteza do Brexit tem sobre a economia, previsão que se torna realidade caso o PIB contraia novamente no terceiro trimestre”, diz relatório da Guide Investimentos.
Além da contração da economia do Reino Unido, a produção industrial francesa também desapontou economistas. Em junho, a produção caiu 2,3% em relação ao mês anterior. A previsão era de queda de apenas 1,4%.
As balanças comerciais da Alemanha e da Holanda também tiveram uma piora em junho, com menos exportações.
Além disso, se instalou uma crise política na Itália. O líder do principal partido governista e vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, declarou, na quinta (8), que a coalizão de direita se tornou ingovernável e defendeu a antecipação das eleições.
O noticiário negativo levou o CDS (Credit Defaut Swap), espécie de seguro contra calote, da Itália para o maior patamar desde 2013, a 215 pontos.
Já Bolsa italiana foi para o menor patamar desde junho, com queda de 2,48% nesta sexta, e desvalorização acumulada de 3,43% na semana.
A Bolsa de Londres recuou 0,45%, Paris recuou 1% e Frankfurt 1,3%.
Também nesta sexta, o presidente americano Donald Trump disse que pode cancelar as reuniões de negociação comercial com a China marcadas para setembro, em Washington.
Trump ainda declarou que não está pronto para fazer um acordo com Pequim e que os Estados Unidos vão continuar a restringir negócios com a Huawei.
As Bolsas americanas também fecharam em queda. Dow Jones recuou 0,34%, S&P 500, 0,63% e Nasdaq, 1%.
No Brasil, o Ibovespa recuou 0,11%, a 103.996. O giro financeiro foi de R$ 17 bilhões, acima da média diária para o ano.
O ambiente doméstico favorável, com a ida da reforma da Previdência para o Senado, e bons resultados corporativos reduziram o impacto negativo do exterior.
Dentre os destaques desta sexta, está a Qualicorp, que subiu 35,82%, a R$ 29,88, depois que a rede D’Or São Luiz se comprometeu a adquirir 10% de suas ações.
A B2W, dona das Lojas Americanas e do Submarino, também disparou nesta sessão. As ações tiveram alta de 17,62%, a R$ 44, depois que a companhia reportou bons resultados no segundo trimestre.
De FSP