Após silêncio e política terrorista, Witzel lamenta morte de Ágatha
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), quebrou o silêncio sobre a morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, três dias depois do caso. Nesta segunda-feira, 23, Witzel convocou pronunciamento e lamentou a morte da criança de 8 anos, baleada dentro de uma kombi no Complexo do Alemão próximo a um local que era alvo de operação policial.
“Eu também sou pai, mas não posso dizer aqui que sei o tamanho da dor que os pais da menina Ágatha estão sentindo. Mas sei que jamais gostaria de passar por um momento como esse”, afirmou “Eu presto a minha solidariedade aos pais e aos familiares, que Deus a receba, um anjo que se foi e certamente deixará saudade. Ela deixou planos e projetos para os seus pais que com elas não se realizarão mais.”
Witzel afirmou que, durante o fim de semana, conversou com autoridades federais sobre o caso – o governador citou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – e que cobrou rigor nas investigações da morte de Ágatha. “Mas eu assevero que seria até desnecessário porque confio no trabalho das organizações democráticas, não só PM e Polícia Civil, mas também do Ministério Público.” Witzel frisou ainda que sua gestão “não tem nada a esconder”.
Segundo ele, o estado prestará apoio psicológico, financeiro e jurídico à família da criança.
O governador também aproveitou o pronunciamento para exaltar sua política de combate ao crime. “Estamos tendo resultados significativos. Se não fosse isso hoje, teríamos mais de 800 pessoas mortas. Isso a população tem sentido na eu. A sensação de segurança com os programas estão acontecendo. A nossa missão é resgatar o Rio de Janeiro do crime organizado.”
Silêncio anterior
Ao longo do fim de semana, Witzel não tratou diretamente do caso nem mesmo em suas redes sociais: no domingo, 22, postou no Twitter uma mensagem de congratulações ao município de São Gonçalo, que completava 129 anos, e um comentário sobre o Dia Mundial sem Carro. Em sua conta no Instagram, registrou que levara a filha para fazer prova no Co
Também no domingo, o governo do Rio publicou nota em que lamentava “profundamente” a morte da menina. O comunicado reproduzia a versão divulgada pela Polícia Militar, a de que, na noite de sexta-feira, quando Ágatha foi atingida, PMs haviam revidado ataques sofridos no Complexo do Alemão. A família da vítima nega que tenha ocorrido qualquer conflito.
Ágatha foi atingida quando estava com o avô em uma kombi na favela Fazendinha, no Complexo do Alemão, onde a família mora. Segundo testemunhas, ela estava sentada no veículo quando policiais militares atiraram em uma moto e atingiram o veículo, baleando a criança. Ela chegou a ser levada para a UPA do Alemão e transferida para hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos.
O governo do Estado também informou que os policiais que estavam de serviço entregariam suas armas e seriam ouvidos pela Polícia Civil ainda nesta segunda, 23. O projétil que atingiu Ágatha foi recolhido pelos investigadores.
Da Veja