HQ que Crivella mandou censurar esgota na Bienal
O livro Vingadores A Cruzada das Crianças, que o prefeito do Rio Marcello Crivella determinou que fosse recolhido da Bienal, se esgotou na manhã de hoje. A informação foi confirmada pela assessoria do evento ao UOL.
O prefeito justificou que o conteúdo é impróprio para menores. “Não é correto que eles tenham acesso precoce a esses assuntos”, disse Crivella sobre o livro.
Na obra, escrita por Allan Heinberg e desenhada por Jim Cheung, dois dos Jovens Vingadores, Wiccano e Hulkling, são namorados.
Em nota de esclarecimento, a Prefeitura do Rio explica que notificou, na tarde de ontem, por intermédio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), a organização da Bienal do Livro a adequar obras expostas na feira aos artigos 74 a 80 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“A legislação determina que publicações com cenas impróprias a crianças e adolescentes sejam comercializadas com lacre (embaladas em plástico ou material semelhante), com a devida advertência de classificação indicativa de seu conteúdo”.
A Prefeitura diz que entendeu como inadequado, de acordo com o ECA, que uma obra de super-heróis “apresente e ilustre o tema do homossexualismo a adolescentes e crianças, inclusive menores de dez anos, sem que se avise antes qual seja o seu conteúdo”.
Apesar de os exemplares expostos na feira estarem lacrados, de acordo com a Prefeitura, houve reclamações de parte dos frequentadores pela falta de advertência na embalagem.
“A própria editora sabia da obrigação legal. Tanto que a obra estava lacrada. Não havia, porém, uma advertência neste sentido, para que as pessoas fizessem sua livre opção de consumir obra artística de super-heróis retratados de forma diversa da esperada.
Houve reclamação de frequentadores da feira, que têm direito à livre opinião e opção quanto ao conteúdo de leitura de filhos e adolescentes, pessoas em formação”.
Na nota, a Prefeitura afirma que não há qualquer ato de trans ou homofobia, ou qualquer tipo de censura à abordagem feita livremente pelo autor, “mas exercício do dever de informação quanto ao que se considerada material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes, exigindo-se, assim, o lacre e a advertência”.
Do UOL