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MEC ressuscita Escola sem Partido

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O Ministério da Educação (MEC) disse nesta segunda-feira, 23, ter encaminhado a secretarias municipais e estaduais de Educação e para entidades de classe um ofício determinando que escolas adotem o “pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e evitem o que a equipe classifica como “propaganda político-partidárias” no ambiente escolar. O ministro, Abraham Weintraub, afirmou que o comunicado tem como objetivo  alcançar a cultura de paz na rede pública de ensino. Ele evitou, porém, relacionar o documento com o Escola sem Partido.

“É um chamamento para ponderar, esvaziar as tensões”, justificou. O documento não foi apresentado à imprensa. As diretrizes apresentadas pelo governo guardam semelhança com o que é postulado pelo Movimento Escola sem Partido, embora o movimento reivindique a existência de uma lei com regras sobre o tema. No Congresso, já tramitam projetos que defendem esse modelo.

Para Weintraub, o comunicado deixa clara a existência de um canal para que pais e diretores busquem soluções e para que “excessos de qualquer parte” sejam proibidos. “Não é para pegar professores. É para pegar excessos”, completou. Não haverá fiscalização direta do governo, disse, mas pais estão convidados a acompanhar de perto o que é ensinado e, caso estejam insatisfeitos, um canal de comunicação estará aberto.

Um dos objetivos do documento, segundo o ministro, é que professores exponham em sala de aula todas as vertentes.  “Não é correto puxar para um lado” . Questionado se isso deveria ser aplicado a questões como se houve ditadura no País ou se o nazismo era de direita ou de esquerda, o ministro afirmou que caberá ao professor lecionar, não doutrinar.

O ministro procurou afastar a relação entre o documento e o Escola sem Partido. “O nome do documento é Escola de Todos. Que fique bem claro”, completou. Weintraub não esclareceu se o comunicado abre espaço para uma eventual proposta de lei sobre o tema. “Queremos uma escola de paz.”

O ministro afirmou que o documento também mira o combate ao bullying e ao suicídio. A relação entre o pluralismo de ideias e a paz escolar, afirmou, disse ser clara. E citou como exemplo um aluno com convicções ideológicas diferentes da maioria dos colegas que teria cometido suicídio.

De ESTADÃO