Moro tenta barrar CPI com apoio da bancada da bala
Bateu o desespero da base de apoio a Sergio Moro no Congresso Nacional. A oposição protocolou nesta sexta pedido de abertura de uma CPI para investigar as relações do Ministério Público do Paraná com o então juiz Moro.
O pedido de CPI, assinado por oito parlamentares da oposição, cita uma “suposta articulação” entre os procuradores e o ex-juiz, com base nas revelações do The Intercept.
Talvez o principal defensor de Sérgio Moro na Câmara, o deputado Capitão Augusto (PL-SP), quando soube que o documento tinha sido protocolado, com 175 assinaturas, liderou um movimento para esvaziar o pedido. São necessárias 171.
Augusto disse já ter convencido seis parlamentares a retirarem suas assinaturas, entre as quais Tabata Amaral (PDT-SP) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Mas continua sua saga. O objetivo é retirar o apoio de deputados para “respirar tranquilo”.
Ele disse que conversou com Alexandre Frota (PSDB-SP), que estaria inclinado a tirar seu nome da lista. E abordou outros sete.
Capitão Augusto é o coordenador da Bancada da Bala, relator do pacote das medidas de Moro para combate ao crime e interlocutor diário do ministro.
O deputado tem mantido Moro a par desse movimento de retirada de assinaturas e a cada sucesso obtido comunica ao ministro.
O parlamentar está indignadíssimo com o governo, que não se mobilizou para evitar essa CPI e nem o está ajudando em esvaziá-la.
“O governo que deveria estar fazendo esse corpo a corpo. Inacreditável isso. Não é possível que o governo não estava sabendo dessa CPI nos bastidores, e não se mobilizou antes. Não vi um movimento do governo. Tem gente que assinou isso aí e nem sabia. São essas assinaturas colhidas nos corredores e de qualquer jeito”.
Perguntado qual a reação de Moro quando soube por ele da CPI, e como está se sentindo, Augusto respondeu:
“Não posso falar. Mas ninguém sai comemorando a instalação de uma CPI contra si mesmo”.
Pelo regimento, quando um pedido de CPI é protocolado não se pode mais retirar assinatura. Mas, acredita o capitão Augusto, que se o signatário solicitar a retirada em até 24 horas após o protocolo, tem que ser aceito.
De VEJA