Receita omite nomes de auditores que acessaram dados sigilosos
A Receita driblou ordem do Tribunal de Contas da União e, alegando seguir recomendação da Procuradoria-Geral da Fazenda, se recusou a enviar à corte os nomes de auditores que acessaram dados fiscais sigilosos de membros do Legislativo e do Judiciário federal nos últimos anos. Em documento entregue ao TCU, o fisco afirma que “entende ser possível encaminhar a quantidade”, mas não as identidades dos auditores. De 2014 a 2018, 1.073 peritos acessaram contas de agentes públicos.
O documento foi enviado pelo secretário da Receita, Marcos Cintra. O número de auditores citados no texto se restringe aos que acessaram dados de contribuintes em procedimentos formais, ou seja: não contabiliza violações sem justificativa. E é essa a principal suspeita sobre o fisco.
A Receita listou CPFs de 3.353 agentes públicos que foram alvo de procedimentos. Analistas do TCU que já viram a lista dizem que o número do documento do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, por exemplo, não aparece na relação.
Mendes foi o primeiro integrante da corte a acusar a Receita de violar seu sigilo. O próprio fisco havia admitido que o ministro e sua mulher foram alvo de fiscalização.
Da FSP