Angela Davis critica Bolsonaro
Neste sábado, um auditório lotado recebeu Angela Davis em São Paulo. A filósofa e ativista norte-americana, símbolo de liberdade no mundo todo, falou no seminário Democracia em Colapso?, produzido pelo Sesc e editora Boitempo.
Adriana Ferreira Silva, editora-executiva de Marie Claire, parceira do evento, apresentou Angela à plateia. A ativista disse estar emocionada por falar de democracia em um momento tão importante. “Esse tipo de conversa está acontecendo em vários lugares, nos Estados Unidos, Inglaterra, Filipinas e em vários lugares onde a democracia está sob ataque. Estou especialmente emocionada em estar no Brasil. Particularmente quando eu lembro que não muito tempo atrás as pessoas que amam a liberdade, inclusive eu, olhavam para o Brasil como um raio de esperança”, disse Angela.
A ativista iniciou seu discurso ressaltando os nomes de Marielle Franco e Preta Ferreira como símbolos de liberdade. “Marielle vive e ela continua sendo uma esperança para as pessoas que acreditam na eminente transformação racial no Brasil, nas Américas e no mundo todo. Ela acreditava que o racismo ia acabar, apesar de todo o histórico de escravidão nos últimos 500 anos”, disse. “Seu legado continua sendo defendido por aqueles que lutam contra o violência, racismo e a homofobia”. A vereadora foi assassinada em março de 2018.
Ela também comemorou a liberdade da ativista Preta Ferreira, que deixou a cadeia no dia 10 de outubro após 109 dias presa. Davis parafraseou a ativista, dizendo que sua soltura não singifica apenas “Preta livre, e sim, pretas livres”. “Liberdade para as mulheres negras, deveria significar liberdade para todos”.
A filósofa é conhecida por suas críticas ao sistema prisional, uma das mais importantes teóricas do feminismo e ícone da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, e autora de obras lançadas no Brasil como A Liberdade É uma Luta Constante (Boitempo, 144 págs., R$ 23,40) e Mulheres Raça e Classe (Boitempo, 248 págs., R$ 40,50).
De MARIE CLAIRE