Centrão ‘pega leve’ com Bolsonaro à espera de verba
Foto: Frame / Agência O Globo
Líderes da Câmara dos Deputados não tem interesse, por enquanto, em usar a crise do PSL para retaliar o governo ou impôr pautas-bomba que prejudiquem as contas da União. O motivo é que o Executivo ainda tem uma fatura em aberto com deputados pela aprovação da reforma da Previdência , que deve ser quitada em breve.
No início de outubro, o Congresso aprovou um crédito suplementar de R$ 3 bilhões . A expectativa é de que o Palácio do Planalto vai usar a verba para honrar acordo com deputados, apesar de o governo não reconhecer isso oficialmente. No primeiro semestre, o governo prometeu até R$ 40 milhões em verbas a prefeituras para cada deputado que votasse a favor da reforma da Previdência, mas ainda não pagou a totalidade dos valores.
Sem querer se identificar, um líder do centrão diz ao GLOBO que esse não é o momento oportuno para impôr derrotas ao governo, “mas depois pode ser”. Outro líder diz que, “com todo esse dinheiro” pendente, ninguém seria “burro” para querer provocar o Executivo federal nesse momento.
Na última semana, com uma crise que ameaça implodir o partido do presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse a líderes próximos dele que não irá pautar assuntos sensíveis para o governo. Além das verbas a prefeituras, há deputados que esperam receber emendas parlamentares em breve.
O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política de Bolsonaro, pontua que há assuntos de interesse do governo que virão em breve ao Congresso: a reforma administrativa dos servidores públicos e a MP do Saneamento. Ele tenta agir como um “bombeiro” para que a crise não afete a aprovação das medidas.