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Colégio Pedro II é alvo de quadrilha do PSL

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Dois deputados chegaram sem avisar para fazer o que seria uma “vistoria” no Colégio Pedro II, campus de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (11). Os parlamentares são o deputado federal Daniel Silveira e o deputado estadual Rodrigo Amorim, ambos do PSL. Segundo a reitoria, eles não avisaram sobre a visita e o reitor foi chamado.

A reitoria da unidade chamou a Polícia Federal, pois eles não tinham autorização para entrar no local. O reitor acompanhou a visita e os parlamentares começaram a tirar foto de tudo o que consideravam ter uma conotação política.

Ao parar em frente a um mural da escola que exibe recorte de várias notícias de jornal, o deputado Daniel Silveira questiona um deles, que menciona a mortalidade de jovens e afirma que a cada 13 minutos morre um jovem negro morre no estado.

Reitor: – O número de morte está imenso no Rio de Janeiro

Deputado: – De bandido

Reitor: – Mas tem criança de oito anos que não pode ser bandido

Deputado: – Já fez a perícia?

Reitor: – Pra saber se ela é bandido?

Deputado: – Não, para saber se ela foi morta por policiais

O reitor afirmou que vai fazer uma representação nos conselhos de ética do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pois eles estavam fazendo imagens sem autorização no local, com a presença de crianças.

Os deputados Rodrigo Amorim e Daniel Silveira são os que quebraram uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco durante um comício do então candidato ao governo do Rio, Wilson Witzel, em setembro do ano passado.

Os alunos reagiram à vistoria. Os parlamentares, que entraram sendo vaiados, deixaram o colégio sob gritos de “Ô, Marielle, quero justiça, não aceitamos deputado da milícia” dos estudantes.

De acordo com a reitoria, os deputados deveriam ter avisado sobre a chegada.

Em entrevista ao G1, os deputados alegaram que não estavam fazendo fotografias apenas de material com conteúdo político, mas disseram que, caso encontrassem algum conteúdo nesse sentido, levariam ao ministério da Educação.

“Tiramos foto de vários locais: de murais, de infiltrações, de salas de aula que tivessem livros ou qualquer coisa também. Nosso intuito não é ideologia. Contudo, se for visto a ideologia, é evidente que também iremos catalogar e levar ao ministério para que eles também possam tomar medidas, caso haja medidas a serem tomadas”, explicou Daniel Silveira.

O deputado também alegou que a vistoria foi motivada porque ele foi procurado em seu gabinete para que destinasse verba ao Colégio Pedro II, mas não citou quem o procurou.

“Fomos procurados na Câmara, e outros parlamentares também, para que pudéssemos destinar emendas e recursos ministeriais para infraestrutura, material didático e déficit de pessoal e reclamações sobre segurança no entorno. Então fomos in loco para que pudéssemos ver, com toda transparência, evidente, para destinar com compromisso a emenda. Para não destinar nem a mais e nem a menos, uma coisa sem disparidades”.

G1