CPI: Frota pergunta quem atendeu interfone
A menção ao nome de Jair Bolsonaro (PSL) na investigação sobre a morte de Marielle Franco foi tema de uma das perguntas feitas hoje ao deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que prestou esclarecimentos na condição de convidado da CPMI das Fake News, no Congresso. Ex-aliado do presidente da República, o parlamentar declarou nesta tarde que, de todos os detalhes revelados pela reportagem da Rede Globo veiculada ontem, o que mais o intrigou foi a visita do ex-PM Élcio de Queiroz, suspeito de assassinar Marielle, ao condomínio onde mora a família Bolsonaro no Rio. Isso teria ocorrido no mesmo dia do crime, 14 de março de 2018.
A reportagem narra que uma pessoa com voz semelhante à do presidente teria atendido o interfone no momento da chegada de Élcio. Mas também ressalva que, naquele mesmo dia, o então deputado federal Jair Bolsonaro estava em Brasília e registrou presença no plenário da Câmara.
“O Jornal Nacional foi coeso em mostrar que ele tinha dado entrada aqui [no Congresso] e fez votação nominal. Ele estava aqui. A pergunta é: quem atendeu o interfone com a voz parecida e autorizou o carro [do suspeito de matar Marielle] entrar? Quem? Essa é uma pergunta que a gente quer saber.” O relato feito pela Rede Globo é baseado de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde Bolsonaro morava com a família até se tornar presidente.
Após a resposta de Frota, o presidente da CPMI das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), fez uma ponderação e pediu que os colegas ao objeto de investigação da comissão, isto é, fake news, prática de cyberbullyng e assuntos correlatos. O questionamento havia sido feito pela deputada Luizianne Lins (PT-CE).