Crise do PSL não interferirá na reforma da Previdência
Foto: Sergio Lima/AFP
Apesar da crise interna no PSL, o consenso no Congresso é que a reforma da Previdência será aprovada sem novas surpresas. Há o reconhecimento de parlamentares da necessidade de blindar essa agenda de qualquer tipo de turbulência.
Ao mesmo tempo, lideranças do Congresso tentam aproveitar a viagem do presidente Jair Bolsonaro à Ásia e ao Oriente Médio para criar um ambiente político um pouco mais calmo nas próximas semanas.
Até porque, há reconhecimento em Brasília que muitas das turbulências são criadas por declarações fortes do próprio Bolsonaro. De Tóquio, o presidente já sinalizou para uma pacificação na crise do PSL, ao falar que a “ferida vai cicatrizar”.
Mas enquanto Bolsonaro tentava minimizar, do Japão, os episódios recentes na legenda, os filhos do presidente intensificaram a artilharia no Brasil contra deputados próximos da cúpula do PSL.
Foi o próprio Bolsonaro que passou a dar visibilidade à disputa no partido, quando atacou o presidente da legenda, Luciano Bivar, e articulou a tentativa de derrubar o líder do PSL, deputado Delegado Waldir (GO).
A crise do PSL é sintomática da dificuldade do presidente em criar diálogo com o Congresso. “Se Bolsonaro tem dificuldade com o seu próprio partido, imagina com o Parlamento?”, questionou ao Blog um líder de bancada no Senado.
Mesmo assim, há consenso de que a reforma da Previdência não pode ser afetada, em votação marcada para esta terça-feira (22). “Mas para as próximas pautas, nada é garantido. É preciso o governo parar de fabricar crises e criar uma base aliada”, reforçou.