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Diplomata ultraconservador é indicação do guru Olavo

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Apontado pelo presidente Jair Bolsonaro como possível embaixador do Brasil em Washington, o diplomata Nestor Forster Júnior conhece profundamente os Estados Unidos graças aos quatro postos no país ao longo de sua carreira, e é um dos discípulos de primeira hora de Olavo de Carvalho, o guru ideológico do atual governo brasileiro. Por essa proximidade, foi o candidato favorito para liderar o Itamaraty, no final de 2018, mas como ainda não era ministro de primeira-classe (embaixador), a indicação recaiu a Ernesto Araújo, a quem Forster apresentou Carvalho.

“O amigo do Olavo era o Nestor, não o Ernesto“, resumiu um diplomata, referindo-se aos dois diplomatas gaúchos.

Forster conduz a representação brasileira em Washington como encarregado de negócios desde abril passado, quando o então embaixador Sérgio Amaral retornou a São Paulo. Sua atuação tem sido chave no alinhamento da política externa do presidente Bolsonaro com a do americano Donald Trump – agora posta em xeque na visita presidencial à China e a países do Golfo Pérsico. Na etapa anterior desse roteiro, em Tóquio, Japão, o chefe de Estado indicou Forster como possível substituto ao nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o posto.

O diplomata ultraconservador de 56 anos se vê favorecido neste momento pela briga interna do PSL. A necessidade de o presidente manter seu filho Zero 3 na liderança do governo na Câmara dos Deputados tornou-se mais forte do que o envio de Eduardo Bolsonaro a Washington, apesar de sua proximidade com os Trump e com os conservadores linha-dura americanos, inclusive Steve Bannon. Segundo o presidente, a decisão final caberá a seu filho e deverá ser tomada no final do mês.

Também pesa na sua escolha o fato de o presidente dos Estados Unidos ter aprovado o nome do diplomata de carreira Todd Chapman para a embaixada de Brasília. Chapman passou a adolescência no Brasil, já serviu na representação americana em Brasília e foi embaixador no Equador. A expectativa do governo brasileiro era de receber um financiador da campanha de Trump, com acesso direto à Casa Branca.

Forster ingressou no Instituto Rio Branco, de formação de diplomatas, em 1985, e chegou ao topo da carreira, como embaixador, apenas em junho deste ano. Se for realmente o indicado de Bolsonaro, será o segundo diplomata a assumir a representação do Brasil em Washington como primeiro posto desde a promoção. O ex-chanceler Antonio Patriota foi o primeiro caso, mas sua carreira mostrou-se mais desafiadora e seus cargos anteriores, mais robustos do que os de Forster. Podia-se dizer que já era “bem rodado” quando chegou a Washington.

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