Direita afunda também no Equador
Foto: Ivan Alvarado/Reuters
Protestos contra cortes nos subsídios dos combustíveis voltaram a paralisar os transportes em grandes cidades do Equador nesta sexta-feira, 4, após protestos que já deixaram 350 pessoas presas e ao menos 35 feridos.
A capital Quito, com cerca de 2,7 milhões de habitantes, permanece sem serviço de ônibus e táxi. As pessoas caminhavam desde cedo para as estações do sistema de transporte municipal, insuficiente para levar a população do norte ao sul da cidade.
A falta de transportes também afetou outras cidades importantes como Guayaquil (sudoeste), centro comercial do Equador, e Cuenca (sul).
Os preços dos combustíveis dispararam na quinta-feira 3 devido às medidas fiscais adotadas pelo presidente Lenín Moreno no início da semana.
Ainda na quinta, manifestantes mascarados atiraram pedras e enfrentaram a polícia em Quito, provocando grandes estragos em meio aos piores distúrbios em anos no país.
Moreno, que aproximou o Equador dos mercados depois de anos de um governo de esquerda e alinhou as políticas a um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), descartou os subsídios dos combustíveis, que duravam décadas, e anunciou mudanças tributárias.
Isso enfureceu sindicatos do setor de transportes, cuja ação contou com a participação de grupos indígenas, estudantes e outros sindicatos.
O líder dos caminhoneiros, Luis Vizcaino, pediu diálogo com o governo. “Todos os setores de transporte do Equador estão em crise. Temos que nos sentar, precisamos chegar a uma medida intermediária”, disse ele à TV local.
Segundo a ministro do Interior, María Paula Romo, ao menos 350 pessoas foram presas e 28 policiais ficaram feridos. A maior parte das prisões foi realizada na cidade de Guayaquil.