Guedes quer acabar com estabilidade de servidores
Foto: Evaristo Sá/AFP
A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, espera convencer o presidente Jair Bolsonaro a acabar com a estabilidade no setor público para futuros servidores. Nesta semana, o presidente disse que era contra acabar com a estabilidade e afirmou que a divulgação da proposta tinha como objetivo jogá-lo contra o funcionalismo público.
O Ministério da Economia prepara uma reforma administrativa para ser enviada ao Congresso Nacional logo depois de aprovada a reforma da Previdência. Segundo técnicos envolvidos na discussão, o presidente reagiu à ideia, depois que foi divulgada pela imprensa, por acreditar que poderia valer para os servidores atuais.
Os técnicos disseram ao blog que não dá para propor o fim do mecanismo para quem está na ativa, mas somente para quem for contratado após uma eventual aprovação da reforma administrativa.
“Vamos explicar isso ao presidente, e mostrar que nossa proposta não é acabar para todos os servidores, manteríamos a estabilidade para as chamadas carreira de Estado, como fiscais, auditores e diplomatas”, esclareceu o assessor do ministro Paulo Guedes.
Nesta quarta-feira (9), o Banco Mundial em conjunto com o Ministério da Economia, divulgou um estudo mostrando dados sobre o peso dos gastos com pessoal no Orçamento da União. O estudo mostra que o servidor federal ganha quase o dobro de trabalhadores do setor privado. E que a diferença, de 96%, é a maior entre os 53 países comparados pelo banco. A média internacional é de 21%.
Além de acabar com a estabilidade para algumas carreiras, a proposta de reforma administrativa do governo visa também acabar com sistemas automáticos de promoções no serviço público, atrelando-as a resultados, e alongar as carreiras, reduzindo os salários de ingresso no setor público.