Evo Morales disputará 2º turno na Bolívia
Resultados preliminares sugerem diferença de menos de dez pontos percentuais para o ex-presidente Carlos Mesa. Interrupção na divulgação da contagem de votos leva oposição a levantar suspeita de fraude eleitoral.
Na noite de domingo (20/10), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) boliviano contabilizava 83,76% das urnas, que davam 45,25% para Morales, contra 38,16% de Mesa. Após a divulgação desses resultados, o TSE parou de divulgar os números da apuração, gerando questionamentos por parte de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da oposição.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Mesa acusou o TSE de manipular a contagem de votos. Antes mesmo da divulgação dos resultados, ele já havia dito que não confiava no sistema eleitoral do governo. “Não vamos aceitar que se burle o voto que nos leva ao segundo turno”, disse o ex-presidente, que governou a Bolívia entre 2003 e 2005.
Ele mencionou que algumas pesquisas colocam a diferença entre ele e Morales em apenas 5% em uma provável segunda rodada de votação. Assim, pediu que seus apoiadores realizem vigílias em todo o país para exigir os resultados definitivos. A missão da OEA exigiu explicações sobre a interrupção da divulgação dos dados computados e pediu que o processo “ocorra de maneira fluida”.
Os resultados do TSE são informados através do sistema Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP) e devem ser atualizados em um portal de internet. Mesa não poupou críticas ao órgão eleitoral. “O TSE mais uma vez descumpre seus compromissos. Suspendeu a informação no TREP.
O candidato do Partido Democrata Cristão, Chi Hyun Chung, está em terceiro lugar, com 8,74% dos votos, segundo os dados preliminares. Ele afirmou que vai dialogar com Mesa para possivelmente apoiá-lo no segundo turno, e descartou fazer o mesmo com Morales.
O quarto colocado, o senador Óscar Ortiz (4,32%), já declarou apoio ao ex-presidente.