Presa em Caso Marielle, mulher diz ter “pavor de armas”
Mentora de uma suposta ação para dar sumiço à metralhadora HK MP5 que teria sido usada para matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, Elaine Pereira Figueiredo Lessa, mulher do PM reformado Ronnie Lessa , afirmou ter “pavor de armas”. Em seu primeiro depoimento prestado à Delegacia de Homicídio da Capital (DH), em 1º de abril deste ano, logo após a prisão do marido, no dia 12 do mês anterior, a mulher de Lessa disse que “nunca permitiu que o marido entrasse em casa com elas [armas], por temer pela segurança da família”. Elaine foi presa nesta quinta-feira, na Operação Submersus, da Polícia Civil e do MP do Rio.
No entanto, a afirmação causou estranheza aos investigadores da DH e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Elaine possui certificado de registro (CAC), concedido pelo Exército, o que lhe dá permissão não só de atirar, como também de colecionar armas, assim como o policial militar. Em seu acervo no Exército, ela tinha duas pistolas registradas. No momento, seu registro perdeu a validade.
No processo que tramita pela da 40ª Vara Criminal, em que Lessa responde por posse de arma de fogo, acessórios ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização, o depoimento de Elaine também não convenceu os investigadores. Ao ser perguntada pela juíza Alessandra Bilac sobre a existência de uma mesa com torno aparafusado (aparelho adaptado para montagem de armas), a mulher do policial militar reformado disse que o equipamento era usado para “ajustar a prótese de Lessa”. Ele perdeu a perna esquerda depois que uma bomba explodiu em seu colo, em 2 de outubro de 2009, enquanto dirigia.
No local onde fica o aparelho, um apartamento no Méier, polícia e promotoria apreenderam 117 componentes de fuzil de uso restrito, em março deste ano, o que deu origem à investigação. A apreensão das peças é considerada pela polícia, uma das maiores apreensões ocorridas no estado. No processo, o MP alega que: “causa espécime a dissimulação da denunciada Elaine” ao afirmar que a mesa era para fazer ajustes na perna mecânica do marido.
Da Época