“Presidente é induzido ao erro”, diz Júnior Bozella
O que levou o grupo do senhor a divergir da ala a favor do presidente Bolsonaro no PSL?
Acho que não há dois lados. Todos nós apoiamos o presidente. Se há alguma divergência de uma ala para outra, é que nosso grupo sustenta as pautas que defendemos no processo eleitoral. E talvez a outra ala abriu mão desse conceito. Apoiamos, de forma intransigente, pautas como permanência do Coaf no Ministério da Justiça e a CPI da Lava Toga. O presidente pode não estar percebendo, mas aqueles que estão fingindo estar ao seu lado são da ala que leva ele aos equívocos. Estão sabotando o presidente.
Como avalia a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro para a liderança do PSL na Câmara?
Acho que presidente é induzido ao erro. É um desgaste desnecessário essa “coisa” do Eduardo dormir líder e acordar deputado. Já tem até memes. O deputado é quase embaixador, quase líder, quase presidente estadual do partido.
A briga no PSL é por transparência, como diz o presidente, ou há interesse em verbas e eleições?
Transparência não pode ser. Se o presidente Bolsonaro disser publicamente, apontar que de janeiro a outubro de 2019 houve algum ato sem transparência no PSL, que desabonasse a gestão financeira, eu seria o primeiro a pedir transparência. O que tem são esses indícios das candidaturas laranjas, que também são da gestão passada. Não de Luciano Bivar.
O senhor ficou incomodado com o conteúdo da fala de Bolsonaro em áudio vazado?
Não concordo com essa interferência entre poderes. Se eu apoiei Bolsonaro, foi porque ele falava isso na campanha e eu também. A partir do momento que ele renuncia a esse discurso, sinto-me incomodado.
O senhor defende a expulsão de deputados do PSL?
Defendo que o partido tenha regras. Ainda sem ouvir (a defesa de) ninguém, minha impressão é que há muitos motivos severos de expulsão.
De ESTADÃO