Livro conta em detalhes o impeachment de Collor

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Foto: Sergio Dutti/VEJA

Trapaça, de Luís Costa Pinto (Geração Editorial; 288 páginas; 54 reais) Luís Costa Pinto tinha apenas 23 anos quando foi incumbido da pauta que abalaria o país: convencer o empresário Pedro Collor de Mello a contar o que sabia sobre o governo de seu irmão, Fernando, principalmente as relações com PC Farias, seu tesoureiro de campanha. O trabalho rendeu duas reportagens premiadas de VEJA — “Tentáculos de PC” e “Pedro Collor conta tudo”, ambas publicadas em maio de 1992 —, que acionaram a engrenagem que levaria ao impeachment sete meses depois. Em Trapaça é a vez de o repórter contar tudo sobre os bastidores do jornalismo: os encontros com Pedro, a tensão na redação, as noites maldormidas, a correria pelo furo. Não havia celular, internet, redes sociais. As apurações envolviam telefonemas, sola de sapato, jantares e viagens — foi no eixo São Paulo, Brasília, Rio e Maceió que os furos foram construídos. Salta na leitura um certo déjà-vu na política: um presidente histriônico, familiares que criam problemas, os governistas do baixo clero, as empreiteiras de sempre, o caixa dois e o apelo ao patriotismo e aos valores morais. Sim, é de Collor que trata o livro.

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