Novo leilão do pré-sal também fracassa
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Em mais um leilão sem concorrência, o governo Bolsonaro vendeu apenas uma das cinco áreas do pré-sal oferecidas nesta quinta (7), repetindo o fracasso do primeiro dia do “megaleilão”, ocorrido na quarta-feira anterior. Novamente, a Petrobras, desta vez em consórcio com a estatal chinesa CNODC, foi a única empresa a apresentar oferta e arrematou a maior área do leilão, chamada Aram. A arrecadação, prevista inicialmente em R$ 7,85 bilhões, ficou em R$ 5,05 bilhões em bônus, mais a oferta de 29,96% do petróleo produzido para o governo, após o desconto dos custos.
O consórcio vencedor tem 80% da estatal brasileira e 20% da CNODC, controlada pelo governo da China.
O resultado contrariou as expectativas do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e também do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone. Ambos haviam declarado que confiavam no sucesso e no interesse das grandes empresas do setor na licitação. Ao fim da sessão, mesmo as áreas pelas quais a Petrobras informou ter interesse de comprar e obter participação mínima de 30%, como permite a lei, ficaram sem ofertas – casos do bloco Sudoeste de Sagitário na Bacia de Santos, o mais barato da concorrência, e Norte de Brava, na Bacia de Campos.
A ANP habilitou 13 empresas para a concorrência, entre multinacionais e brasileiras: BP (Inglaterra); Chevron (EUA); CNODC (China); CNOOC (China); Ecopetrol (Colômbia), ExxonMobil (EUA); Murphy (EUA), Petrobras (Brasil), Petronas (Malásia), QPI (Catar), Repsol Sinopec (Espanha-China), Shell (Inglaterra-Holanda) e Wintershall (Alemanha).
Em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Oddone procurou justificar o fracasso: “acabou o ciclo de leilões bilionários”. O argumento é que as companhias acumularam muitos ativos nas últimas licitações e que está na hora de explorar e investir no que foi vendido no passado. Segundo ele, o governo brasileiro “não vai ficar licitando para sempre os blocos do pré-sal”, e em poucos anos virá a fase de produção das companhias que adquiriram blocos nos últimos leilões, que levarão o Brasil ao posto de quinto maior produtor de petróleo do mundo. “Vamos ver daqui para a frente é a consolidação do portfólio das petroleiras”, afirmou.