40% dos professores do ensino médio não têm formação
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Dados do Censo Escolar 2019 do Inep apontam que cerca de 40% dos professores do ensino médio brasileiro não são formados nas matérias que dão aula.
Além disso, parte dos mesmos não possui licenciatura ou curso superior que coincida com as disciplinas lecionadas.
Entre as cinco regiões do país, no Centro-Oeste somente 50,7% dos docentes possuem formação no que lecionam no ensino médio, o que contrasta com a região Sul, onde o índice sobe para 70,6%.
Enquanto isso, na média nacional, cerca de 40% dos professores brasileiros não possuem formação naquilo que ensinam.
Por sua vez, no ensino fundamental, a situação apresenta-se pior em todas as regiões brasileiras.
Conforme publicou o portal G1, citando o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Nordeste somente 36% dos docentes possuem formação na disciplina que ensinam.
Já no Centro-Oeste a taxa é de 50,2% dos professores na mesma situação.
No lado oposto, o Sudeste foi a região com maior índice de professores que receberam formação coincidente com as disciplinas que ensinam. A taxa foi de 68,9%.
De acordo com especialistas na área da educação, a falta de professores que receberam formação coincidente com as disciplinas que lecionam pode afetar a qualidade do ensino.
“Se você sabe pouco, ensina pouco, mesmo que tenha boa vontade. Os alunos são curiosos, querem saber mais, mas o docente não será capaz de aprofundar o conhecimento. Ele está colocado em um campo que não o pertence”, declarou à mídia a professora colaboradora de pós-graduação da Unicamp, Campinas, Ângela Soligo.
Entre as causas do problema estaria o pequeno número de professores formados em algumas graduações.
Além do mais, baixos salários e más condições de trabalho diminuem os atrativos da carreira de professor no Brasil.
“Ele [o professor] precisa de uma renda complementar, então não vai recusar ensinar uma disciplina que não corresponda à sua formação […] Há professores com tripla jornada de trabalho. É cruel com eles e com o aluno”, afirmou Soligo.