Bolsonaro critica texto do Papa sobre a Amazônia
Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (13/2) o texto do papa Francisco depois que o pontífice pediu a proteção da floresta amazônica. O documento intitulado “Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia” foi publicado ontem (12/2).
Bolsonaro também alfinetou ambientalistas frente aos incêndios na Austrália. “Não pega fogo floresta úmida. Ninguém fala na Austrália. Pegou fogo na Austrália toda, ninguém fala nada. Cadê o sínodo da Austrália? O papa Francisco falou ontem que a Amazônia é dele, do mundo, de todo mundo”.
Em seguida, o chefe do Executivo disparou: “Por coincidência, estava aqui com o embaixador da Argentina [Felipe Solá] eu disse: O papa é argentino, mas Deus é brasileiro”.
No documento, o papa endossa o papel dos povos indígenas como guardiões da floresta. Ele diz que “Às operações econômicas, nacionais ou internacionais, que danificam a Amazônia e não respeitam o direito dos povos nativos … há que rotulá-las com o nome devido: injustiça e crime.”
O posicionamento do papa vem logo após Bolsonaro ter proposto no último dia 5, um projeto de lei que propõe que as áreas indígenas sejam abertas à exploração de mineração, petróleo e agricultura, entre outras indústrias extrativas. O texto, que será encaminhado ao Congresso Nacional é um dos temas perseguidos pelo chefe do Executivo desde o início do governo. O chefe do Executivo também já disse que o tamanho das terras indígenas demarcadas no país é “abusivo”.
O comentário do presidente Bolsonaro coincidiu com a visita do ex-presidente Lula ao papa nesta quinta-feira (13/2). O encontro foi registrado nas redes sociais do petista com a legenda: “Encontro com o Papa Francisco para conversar sobre um mundo mais justo e fraterno”.