Crivella chama de ‘exército de Judas’ quem critica sua gestão na saúde

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Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

O prefeito Marcelo Crivella voltou a afirmar que não há crise na rede municipal de saúde e, pedindo paciência à população, disse que as críticas negativas são provenientes de um “exército de Judas”. As afirmações foram feitas nesta quinta-feira durante a inauguração de um aparelho de ressonância magnética no Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea.

No evento, fez um pequeno balanço de sua gestão — diante de uma plateia escolhida a dedo. Crivella ainda criticou a imprensa pela cobertura no ano passado sobre a crise da saúde na cidade.

— Fizemos muito (para) a saúde. E tinha razão para aquele exército de Judas atirar pedra no setor de saúde pública do Rio? Não. Eram razões políticas, pessoais, meramente de interesses financeiros comuns — disse.

Crivella afirmou mais de uma vez, durante a visita ao hospital, que encontrou “um buraco” ao assumir a Prefeitura do Rio.

— No fim do ano passado, parecia que a rede pública municipal (de saúde) era composta por bárbaros. Que os médicos, enfermeiros e diretores, eram (homens de) Neandertal, homens de caverna, que não cuidavam das pessoas. Isso era o que se noticiava. Quando íamos ver os números, eram diferentes. Mas essa neurose coletiva foi um tiro no pé — disse Crivella.

O corte da subvenção para o carnaval deste ano também foi citado. A medida, segundo o prefeito, não prejudicou a festa carioca.

— Medidas de gestão foram tomadas. Tivemos que tomar para hoje salvar vidas. Ontem, terminamos o desfile do carnaval. Todos elogiaram. (Foi feito) sem recurso público. Antes eram R$ 70 milhões gastos ali. Mas esses recursos podem ir para hospitais, escolas e creches. E o carnaval ficou um milímetro pior? Não. Absolutamente, não. Tivemos que fazer (essas) medidas difíceis de gestão. (Além das) taxações dos inativos, atualização da planta de valores do IPTU, corte de cargos e recursos para publicidade — disse Crivella.

Nesta manhã, a Prefeitura divulgou que as clínicas da família passarão atender até 22h. A novidade começará pela área de Jacarepaguá. No entanto, ainda não há previsão para a extensão de atendimento.

Segundo Crivella, as mudanças das gestões de algumas Organizações Sociais (OS) aconteceram porque as empresas tinham “mil problemas”. O prefeito confirmou que, neste momento, há falta de profissionais devido à substituição das empresas pela Rio Saúde. No entanto, disse que tudo deve se resolver em no máximo 30 dias. Novamente, foi pedida paciência para quem precisa de atendimento na rede municipal de saúde.

— A gente está trocando as OS, pelos mil problemas que tiveram, pela Rio Saúde. E as pessoas serão concursadas. Esse é um momento de transição e a gente tem que ter um pouco de paciência. É um momento que estamos fazendo o concurso, dando posse às pessoas e reorganizando as equipes. Mas logo, logo, em um mês no máximo, vamos estar trabalhando com a atenção básica.

O Globo