Deputada do PSL chama Eduardo Bolsonaro de moleque

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Foto: Jorge William / Agência O Globo

O esforço da bancada do PSL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em rechaçar qualquer imagem de divisão do grupo, feito após a votação por 8 a 7 que escolheu seu novo líder na Casa, foi por água abaixo. Na noite do domingo, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou em seu Twitter os votos e rostos dos 15 deputados estaduais paulistas. O ato foi entendido como uma fritura pública daqueles que ajudaram a eleger Rodrigo Gambale, a quem Eduardo definiu como “opositor a Jair Bolsonaro”.

— Deputado deve satisfação aos seus eleitores, que merecem transparência para poderem formar sua convicção. Apenas divulgo aqui a votação para líder do PSL na Alesp, ressaltando que Gambale faz parte do grupo opositor a Jair Bolsonaro, liderado pelo deputado federal Jr. Bozela — escreveu Eduardo na publicação.

 

Castelo Branco, o candidato derrotado, era tido como uma continuidade à influência de Eduardo Bolsonaro no PSL estadual. Ele tinha apoio de Gil Diniz, líder anterior da bancada e braço direito do filho do presidente na Alesp. Ambos são identificados como a ala mais ideológica do grupo, em contraposição à ala mais moderada, que tem apoio de Júnior Bozzella, próximo a Luciano Bivar.

A deputada Leticia Aguiar, que votou em Gambale e, portanto, foi considerada do “grupo dos traidores” por Eduardo, usou suas redes sociais criticar a atitude do filho do presidente. Ela afirmou que “nenhum dos 15 deputados do PSL é opositor a Jair Bolsonaro” e que a bancada é unida, apesar de divergências naturais.

— Lamento a forma que o post foi produzido pelo filho do Presidente. Totalmente desnecessário e infantil. Somos de direita e defendemos as mesmas pautas do Presidente, independentemente ainda de sigla partidária. Valores e princípios estão acima de tudo — escreveu Aguiar em seu Facebook na tarde desta segunda-feira.

Segundo a deputada, a direita está “querendo criar factoides onde não tem”, fazendo igual à esquerda, “que sempre se utilizou muito bem da tática de dividir para conquistar, mas sempre contra os opositores, não com a sua base”.

Logo após a votação, na terça-feira passada, os 15 deputados do PSL de São Paulo se reuniram para uma foto, a fim de mostrar a unidade do grupo. Ao longo da semana, tanto a ala vencedora quanto a perdedora fizeram questão de rechaçar qualquer divisão. Era um empenho para evitar que o grupo de Castelo Branco fosse associado ao Aliança pelo Brasil e o de Gambale ao PSL, uma divisão que de fato aconteceu na bancada da legenda na Câmara.

Era a segunda vez, em 14 meses, que todos eles tinham conseguido se encontrar pessoalmente. Outra que votou em Gambale, Janaina Paschoal postou a foto em seu Facebook e aproveitou para afastar a ideia de racha.

— Quem ganha separando a direita? Pensem nisso! Estamos aqui, na Alesp, desde cedo, trabalhando normalmente. Reunião de bancada, Plenário, Colégio de Líderes. Está tudo muito harmonioso por aqui. O resto é intriga! — escreveu ela.

Agora, os deputados estaduais devem precisar de um maior empenho para dar uma segunda mão de tinta na imagem de união que querem pregar ao eleitorado. Na publicação de Eduardo Bolsonaro, a reação dos seguidores foi virulenta contra os “traidores” identificados pelo deputado federal. “Que decepção!”, comentavam vários deles.

O Globo