Persiste suspeita de que miliciano procurou Bolsonaro

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Foto: Pablo Jacob / Agência O GLOBO

Veja este detalhe que consta no laudo feito pelos seis peritos da Polícia Civil sobre a liberação da entrada de Élcio de Queiroz no Condomínio Vivendas da Barra, rumo à casa de Ronnie Lessa, ambos presos suspeitos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Como o Globo noticiou ontem, o porteiro que citou em depoimento como o destino de Élcio a residência de Bolsonaro não é o mesmo que libera a sua entrada. A perícia de voz atesta a conclusão. O detalhe que pode explicar a confusão entre os porteiros cita o momento da chegada de Élcio ao condomínio. Os peritos notam uma voz masculina (não identificada) pedindo para que o carro de Élcio se movimente para que outro veículo fosse liberado. A placa é soletrada. Tratava-se de um Changan Chana, veículo de carga.

Entre integrantes da Polícia Civil do Rio, o que se sabe é que o destino do veículo de carga foi a residência de… Bolsonaro. É que a casa do então deputado, em 14 de março de 2018, estava em obras. A conclusão, porém, não consta no laudo feito e anexado à ação que apura os responsáveis pela morte de Marielle e Anderson. A perícia tratou apenas dos áudios entre a portaria e a residência de Ronnie Lessa. Tem gente que participa da investigação que acredita que o caso possa ter sido um grande mal-entendido.

O próximo passo será a conclusão de um laudo grafológico para analisar a escrita do livro de registro para saber qual dos porteiros indicou que Élcio de Queiroz entrou no condomínio em direção a casa de Bolsonaro. É preciso saber, também, o motivo pelo qual um dos porteiros informou, em depoimento, que a residência de Bolsonaro seria o destino de Queiroz.

O Globo