Senado abre caminho para absolvição de Trump
Por maioria simples, o Senado americano descartou a possibilidade de ouvir novos testemunhos no julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pavimentou sua absolvição. O pleito da oposição democrata foi vencido por apenas dois votos graças ao recuo da senadora Lisa Murkowski, do estado do Alaska, que antes se propunha a apoiar a inclusão de novos depoimentos. No total, votaram a favor da proposta 49 parlamentares e contra, 51.
Com a decisão, há expectativa de o julgamento no Senado, presidido pelo presidente da Suprema Corte de Justiça, John Roberts, terminar nas primeiras horas de sábado, 1. O testemunho de John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, jamais será ouvido como peça de acusação, embora trechos de seu novo livro de memórias, censurado por Trump, tenham sido publicado pelo jornal The New York Times. Seus relatos reforçariam as provas de abuso de poder do presidente americano ao pressionar o líder da Ucrânia, Vladimir Zelensky, a investigar seu potencial adversário nas eleições de novembro, o ex-presidente Joe Biden.
Nas discussões no plenário, Murkowski disse que reconsiderou cuidadosamente a necessidade de novas testemunhas e documentos no julgamento e que a aprovação do processo de impedimento aprovado na Câmara dos deputados em dezembro passado fora apressada e falha. “Dada a natureza partidária deste impeachment desde o início e durante o processo todo, Eu cheguei à conclusão de que não haverá julgamento justo no Senado. Eu não acredito que continuar esse processo mudará alguma coisa. É triste para mim admitir que, enquanto instituição, o Congresso fracassou”, disse Murkowski.
Dois de seus 53 colegas republicanos, os moderados Mitt Romney e Susan Collins, se declararam a favor da questão. Os democratas, que classificaram o julgamento sem novos testemunhos como uma farsa, precisariam do apoio de pelo menos quatro senadores republicanos para vencer a votação e aumentar as chances de impeachment de Trump.
Patty Murray, que integra a liderança do Partido Democrata no Senado, disse a jornalistas que “todos os sinais apontavam para uma apressada absolvição de um presidente impedido”.
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