Atos do dia da mulher viram resposta a Bolsonaro

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Foto: Nelson Almeida/AFP

O tom político das marchas do Dia Internacional da Mulher ganhou uma dimensão inédita neste ano, com o presidente Jair Bolsonaro no alvo de manifestantes que irão às ruas de todos os estados neste domingo (8).

Além de questões diretamente ligadas à causa da mulher, as convocações para os protestos incorporaram nos últimos dias a bandeira do respeito à democracia e à Constituição, em contraponto a reivindicações de viés autoritário esperadas para o ato pró-governo do dia 15.

Temas como fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) e pedido de intervenção militar são previstos para a mobilização bolsonarista. Os grupos por trás da convocação negam estimular essas pautas, mas dizem não ter como controlar os participantes.

Na capital paulista, onde o protesto das mulheres envolve mais de 80 entidades (entre coletivos feministas, movimentos sociais e siglas de esquerda), as organizadoras pretendem atrair 60 mil pessoas, mesmo tamanho do público estimado no ano passado. A concentração será às 14h, na avenida Paulista.

O ato começou a ser preparado em janeiro, já com o tema “Mulheres contra Bolsonaro”. Segundo líderes, a ênfase no nome do presidente se impôs por causa das ações contrárias a demandas históricas do movimento, como igualdade de gênero, combate à violência doméstica e descriminalização do aborto.

O protesto se soma a outros dois de oposição ao governo marcados para este mês: o do dia 14, que pedirá esclarecimentos sobre a morte de Marielle Franco na data em que o assassinato faz dois anos, e o do dia 18, organizado inicialmente por melhorias na educação e nos serviços públicos.

A terceira mobilização, programada para ser o ápice da onda de levantes, acabou sendo “turbinada”. Haverá gritos pelo impeachment de Bolsonaro e paralisações de servidores contra a reforma administrativa. O mote da ocasião, “ditadura nunca mais”, quer ressaltar a defesa de pilares democráticos.

O período está sendo chamado de “março de luta” por siglas de esquerda e frentes críticas ao governo federal. E a abertura será com o #8M, forma como o ato das mulheres é divulgado nas redes sociais.

Redação com Folha