Bolsonaro muda posicionamento e parabeniza governadores

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Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Em videoconferência nesta segunda-feira (23) com governadores do Nordeste, que em sua grande parte compõem bloco de oposição ao governo federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o tom de enfrentamento e adotou um posicionamento conciliador.

Ele chegou a os parabenizar pela cooperação e entendimento e falou da necessidade de união neste momento. Disse ainda que queria estabelecer diálogo com todos os estados.

Nos últimos dias, o presidente fez críticas sucessivas à forma como governadores reagiram à pandemia. No domingo (22), ele havia afirmado: “O povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia nessa questão do coronavírus”.

Durante a videoconferência, não houve momentos de tensão. Governadores nordestinos avaliaram o encontro virtual como uma reunião técnica em que o tom institucional e respeitoso foi mantido do início até o fim.

O presidente falou da importância de padronização dos decretos para enfrentar a doença. Ao ser questionado pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), o governo federal assegurou a ampliação do Bolsa Família.

“Falei da importância da necessidade de o governo federal assumir a condução do processo. Ele escutou os governadores e atendeu a todas as nossas colocações. Saí bastante otimista. É preciso agilizar as ações. Uma coisa é a decisão, outra é fazer acontecer”, disse o governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania).

Nesta segunda-feira, o presidente também anunciou uma série de medidas para auxiliar governos locais durante a pandemia.

O pacote inclui a suspensão da dívida de estados com a União no valor de R$ 12,6 bilhões.

Em suas redes sociais, Bolsonaro disse que o plano do governo federal para estados e municípios soma R$ 85,8 bilhões.

Além da suspensão das dívidas das unidades da federação com a União, ele ​disse que o governo vai garantir a manutenção do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) nos mesmos níveis de 2019, o que deve representar uma complementação de R$ 16 bilhões por parte da administração central, em quatro meses.

Ele afirmou ainda que vai destinar R$ 8 bilhões para que estados apliquem em saúde.

O anúncio ocorre pouco depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ter determinado a suspensão, por seis meses, do pagamento da dívida de São Paulo com o governo federal.

A decisão de Moraes determina que o governo paulista invista o dinheiro que deveria ser pago para abater o débito em ações de combate ao coronavírus.

Folha de S. Paulo