Cientistas fotografam coronavírus atacando células
Foto: CC BY 2.0/NIAID
Em fotografias coloridas obtidas com um microscópio eletrônico, células do nosso organismo foram captadas em processo de autodestruição, cercadas pelos microrganismos.
O Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA (NIAID, na sigla em inglês) difundiu através da plataforma Flickr uma nova série de imagens do vírus SARS-CoV-2, o agente patogênico responsável pela doença COVID-19.
As imagens mostram como estes microrganismos, que se assemelham a pequenas esferas, rodeiam as células de um paciente infectado com a doença, provocando a apoptose, ou seja, a morte celular por autodestruição.
Como o tamanho do vírus é de cerca de 100 nanômetros, muito abaixo do que uma lente tradicional poderia visualizar, as imagens foram captadas com auxílio de um microscópio eletrônico e posteriormente coloridas. Cem nanômetros equivalem a 0,00001 cm.
Micrografia eletrônica digitalmente colorida de uma célula VERO E6 (azul) bastante infectada com partículas do vírus SARS-COV-2 (laranja)
Micrografia eletrônica digitalmente colorida de uma célula apoptótica (tan) infectada com partículas do vírus SARS-CoV-2 (laranja)
Micrografia eletrônica digitalmente colorida de uma célula VERO E6 (azul) fortemente infectada com partículas do vírus SARS-CoV-2 (verde)
Micrografia eletrônica digitalmente colorida de uma célula apoptótica (azul) infectada com partículas do vírus SARS-CoV-2 (vermelho)
Micrografia eletrônica digitalmente colorida de uma célula apoptótica (castanha esverdeada) fortemente infectada com partículas do vírus SARS-CoV-2 (rosa)
Micrografia eletrônica digitalmente colorida de uma célula apoptótica (verde) infectada com partículas do vírus SARS-CoV-2 (amarelo)
Tal como os outros coronavírus, o SARS-CoV-2 é basicamente uma esfera cheia de ácido ribonucleico (RNA), a qual contém sua informação genética. Sua superfície, composta de lípidos, possui várias saliências proteicas, que lhe permitem aderir a uma célula do hospedeiro e forçá-la a replicar o RNA viral como se fosse seu próprio.
Esta não é a primeira vez que o vírus é fotografado em laboratório. A própria NIAID já tinha publicado várias imagens coloridas por computador em meados de fevereiro.
No início deste mês, cientistas chineses revelaram a verdadeira aparência do vírus, quando o fotografaram igualmente com recurso a um microscópio eletrônico, descobrindo à época que o microrganismo tinha a capacidade de mutação, dependendo das condições ambientais.
Investigadores russos também partilharam fotografias do SARS-CoV-2 em 19 de março.