Coronavírus chega a Galápagos

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Foto: Simon Pierce / AP

A pandemia do novo coronavírus chegou às ilhas Galápagos, Patrimônio Natural da Humanidade, onde já são registrados quatro casos, informou nesta terça-feira o presidente do Conselho de Governo deste arquipélago equatoriano, Norman Wray. Os quatro infectados, detectados nas ilhas de Santa Cruz (dois) e São Cristóvão (dois), são residentes permanentes e estiveram anteriormente no porto de Guayaquil, no continente e o mais afetado do Equador pela Covid-19 com 526 dos 981 casos relatados.

— Na segunda-feira recebemos os resultados dos testes para estabelecer o fato de que tínhamos suspeitas em relação ao positivo de quatro cidadãos nas ilhas Galápagos — afirmou o funcionário ao canal estatal EcuadorTV.

Galápagos, a 1.000 km da costa e com 31.600 habitantes, tem uma infraestrutura de saúde limitada, portanto, foram tomadas medidas mais rigorosas diante da presença do vírus no país, como o toque de recolher de 13 horas por dia.

O Equador — com 981 casos confirmados e 18 mortes, só atrás do Brasil em número de casos na América Latina, — ordenou há uma semana a restrição completa da entrada de visitantes na província, que possui flora e fauna únicas no mundo. Galápagos, que também faz parte da reserva mundial da biosfera, é uma das principais atrações turísticas do país, e recebe principalmente visitantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Austrália, França, Holanda, Espanha e Suíça.

Na segunda-feira, o governo anunciou uma moratória para adiar o pagamento de US$ 200 milhões diante da emergência que o país enfrenta, e solicitou ajuda adicional do FMI e de outros organismos. Com a economia dolarizada, o país vem sendo fortemente afetado pela queda do preço do petróleo, seu principal produto de exportação.

Sem informar números, Wray observou que “ainda temos um número significativo de pessoas que vieram visitar Galápagos há mais de 14 dias e que não foram capazes de sair”. Depois de cumprir os protocolos de saúde, os visitantes serão enviados para o continente, informou a autoridade.

— Temos nacionais e estrangeiros — acrescentou.

Diante da pandemia, o governo equatoriano manteve o estado de exceção, toques de recolher, suspensão do trabalho presencial e das aulas, confinamento de pessoas, restrição de veículos, fechamento de fronteiras e proibição de todos os voos, autorizando apenas os humanitários.

Galápagos, que tem esse nome por conta das tartarugas gigantes que vivem lá, inspirou a teoria da evolução do naturalista inglês Charles Darwin.

O Globo