Coronavírus: Nova York já concentra 5% dos casos no mundo
Foto: Juan Arredondo/NYT
Apenas três semanas após a primeira confirmação de Covid-19 na cidade de Nova York, a metrópole atingiu um patamar alarmente no último domingo: a região já concentra 5% do número de casos do novo coronavírus em todo o mundo e se tornou, efetivamente, um epicentro da pandemia do Sars-CoV-2. A mudança de quadro aumentou a pressão sobre as autoridades por medidas mais drásticas.
Atuando em mútliplas frentes para conter a crise, o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, solicitou às autoridades federais a nacionalização da produção de suprimentos médicos. Cuomo também determinou que a cidade de Nova York, governada pelo correligionário Bill de Blasio, proíbe aglomerações públicas. O governador também sugeriu que algumas ruas sejam fechadas para o trânsito, abrindo mais espaço para pedestres.
No último domingo, Cuomo, à frente de Nova York desde 2011, anunciou medidas que antecipam uma nova onda de pacientes nos hospitais. Hospitais temporários serão estabelecidos em três subúrbios da cidade de Nova York e uma grande tenda médica será erguida na ilha de Manhattan.
Hospitais na Região Metropolitana de NY já reportam um aumento expressivo no número de pacientes de Covid-19, bem como a falta de equipamentos essenciais, como respiradores e máscaras de proteção. O aumento expressivo no número de diagnósticos se deu na sequência da expansão no número de testagens, que deram a extensão da epidemia: larga transmissão comunitária.
Até o momento, mais de 15 mil pessoas foram testadas positivas para o novo coronavírus no estado de Nova York, a imensa maioria na região da cidade de NY. Isso representa metade de todos os casos reportados nos EUA. Até o último domingo, mais de 314 mil pessoas já tinham contraído a Covid-19.
Como anunciado na última semana, todos os estabelecimentos não essenciais fecharam ontem às 20h, no horário local. Moradores de Nova York devem permanecer dentro de casa e só são autorizados a sair em último caso, como para comprar comida, remédios e pequenos exercícios solitários no caso de idosos.
Cuomo e de Blasio têm resistido à ideia de impôr quarentena total sobre a cidade de Nova York. Até o momento, governador e prefeito pretendem manter todo o sistema de transporte em funcionamento, incluindo o metrô, ainda que em horários restritos.