E Bolsonaro nega (?!) descaso com pandemia
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Um dia após pronunciamento em rede nacional no qual questionou a quarentena geral adotada por cidades e estados brasileiros como medida de combate ao novo coronavírus (COVID-19), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender seu ponto de vista em série de tuítes na noite desta quarta-feira (25). Durante o dia, Bolsonaro já havia afirmado que não está “preocupado com sua popularidade” e defendeu um “isolamento vertical” como melhor medida durante a crise – ou seja, afastar das ruas somente os grupos de risco.
“Se estivesse pensando em mim, lavaria as mãos e jogaria para a plateia, como fazem uns. Penso no povo, que logo enfrentará um mal ainda maior do que o vírus se tudo seguir parado. Não condenarei o povo à miséria para receber elogio da mídia ou de quem até ontem assaltava o país”, escreveu o presidente.
– É mais fácil fazer demagogia diante de uma população assustada, do que falar a verdade. Isso custa popularidade. Não estou preocupado com isso! Aproveitar-se do medo das pessoas para fazer politicagem num momento como esse é coisa de COVARDE! A demagogia acelera o caos.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 26, 2020
Enquanto os principais órgãos de saúde de todo o mundo recomendam o isolamento total da população para evitar o descontrole no crescimento da doença, o presidente brasileiro afirma que tais medidas podem gerar consequências econômicas “piores que o vírus”, mas nega descaso no combate à doença, que já causou mais de 18 mil mortes em todo o mundo e 57 no Brasil – segundo o último balanço do Ministério da Saúde.
“Não queremos descaso com a questão da COVID-19. Apenas buscamos a dose adequada para combater esse mal sem causar um ainda maior. Se todos colaborarem, poderemos cuidar e proteger os idosos e demais grupos de risco, manter os cuidados diários de prevenção e o país funcionando”, declarou o presidente.
“Quase 40 milhões de trabalhadores autônomos já sentem as consequências de um Brasil parado. Sem produzir, as empresas Não terão como pagar salários. Servidores deixarão de receber. Não tem como desassociar emprego de saúde. Chega de demagogia! Não há saúde na miséria””, acrescentou Bolsonaro, em outro tuíte.