
Freixo retira candidatura se PSOL boicotar PT
Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Pré-candidato do PSOL à prefeitura do Rio, o deputado federal Marcelo Freixo ameaçou retirar seu nome da disputa caso o partido não se una em torno do seu projeto de composição com outras legendas de esquerda, como o PT. A informação foi revelada nesta quarta-feira pela colunista Berenice Seara, em seu blog no site do Extra.
Freixo costurou uma aliança com o PT, que deve indicar a deputada federal Benedita da Silva como vice de sua chapa. A aproximação, porém, enfrenta resistência de grupos do PSOL, que mostram desconforto com o fato de o PT ter apoiado as gestões do ex-governador Sérgio Cabral, hoje preso em Bangu, e do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), adversário de Freixo em 2012 e que também deve disputar a prefeitura neste ano.
Freixo deu prazo até abril, quando o PSOL fará uma convenção interna, para que o partido se una em torno de sua candidatura e de uma frente ampla de esquerda. Também se colocaram como pré-candidatos do PSOL à prefeitura o deputado federal David Miranda e o vereador Renato Cinco, ambos refratários à aliança com o PT.
— Se o partido quiser sair sozinho, eu abro mão da candidatura — disse Freixo ao GLOBO.
Em outras capitais, a tentativa do PSOL de estabelecer alianças, no primeiro turno, com partidos de esquerda e centro-esquerda também encontrou impasses. Em Porto Alegre, o PSOL deve lançar a deputada federal Fernanda Melchionna à prefeitura, após o PT ficar com a preferência na indicação do vice na chapa de Manuela D’Ávila (PCdoB). Em São Paulo, o PSOL lançou a pré-candidatura de Guilherme Boulos e também se afastou de uma aliança com o PT.
No Rio, Freixo chegou a buscar o apoio de partidos como PDT, PSB e Rede, mas não conseguiu avançar. A costura da aliança com o PT ocorreu entre idas e vindas, em meio a declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que sinalizavam interesse em candidaturas próprias nas capitais.
Em entrevista à colunista Berenice Seara, Freixo se mostrou incomodado com o que vê como falta de apoio do PSOL a alianças.
— Ou o PSOL tem a maturidade de entender o momento que o Rio está enfrentando, ou não dá para fazer mais sacrifício pessoal do que já fiz a minha vida inteira. Não é possível concorrer com menos estrutura agora, em 2020, do que em 2016 — declarou.