Índia decreta quarentena total por 21 dias para conter pandemia

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Foto: Tharaka Basnayaka/Getty Images

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, decretou nesta terça-feira, 24, quarentena completa por 21 dias no país a partir de meia-noite, como tentativa de interromper a propagação da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia contabiliza 519 casos de contaminação e 10 mortes.

“Vocês viram pelas notícias o crescimento da situação do coronavírus ao redor do mundo. Vocês devem saber que as nações mais poderosas do mundo estão se tornando impotentes frente à pandemia, o que não significa que essas nações não estejam se esforçando ou enfrentando a escassez de recursos. Isso significa que o coronavírus está se espalhando cada vez mais rápido apesar de todos os esforços (…) Não há outra maneira de permanecer seguro contra o coronavírus. Se temos que parar a propagação, temos que interromper o ciclo de infecção”, declarou Modi.

Todos os estabelecimentos comerciais, fábricas, oficinas e templos religiosos da Índia serão fechados. “Peço que você fique aonde quer que você esteja neste país. Na atual situação, a quarentena será por 21 dias, e se nós não administrarmos bem esses 21 dias, o país retrocederá 21 anos. Algumas famílias serão destruídas para sempre”, afirmou o primeiro-ministro.

O governo manterá os serviços de água, eletricidade, saúde pública, bombeiros, mercados e serviços municipais funcionando durante o confinamento. Mas o governo de Modi tem outro desafio a enfrentar, mesmo que todos os indianos com residência se mantiverem reclusos. O país tem mais de 1,7 milhão de moradores de rua, de acordo com o censo de 2011. Segundo a organização não-governamental Rede pelos Direitos à Moradia e à Terra, esse número atualizado alcança cerca de 3 milhões de pessoas em áreas urbanas. O censo também aponta que, em 2011, 13,7 milhões de indianos viviam em condições precárias.

A pandemia do novo coronavírus já atingiu 160 países, infectando 395.647 e matando 17.241, segundo a Johns Hopkins University. O pior cenário está na Itália, com 63.927 casos e 6.077 mortes, superando o total de óbitos pelo vírus na China (3.281), onde a doença se originou em dezembro de 2019. No Brasil, foram contabilizadas 1.891 infecções e 34 mortes, a maioria no estado de São Paulo.

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